Um recorde na oferta interna de carne de frango em abril

Como os padrões de produtividade do setor foram recentemente atualizados, as comparações com os resultados de épocas mais distantes tornam-se impossíveis. É provável, no entanto, que em abril passado a oferta interna de carne de frango tenha atingido um recorde histórico. Efeito, sobretudo, do fraco desempenho das exportações

As projeções que a APINCO desenvolve a partir do alojamento interno de pintos de corte indicam que em abril o setor produziu em torno de 1,132 milhão de toneladas de toneladas de carne de frango, praticamente o mesmo volume de um ano antes (incremento anual inferior a 0,1%).

Como esse foi, pela média diária, um dos menores volumes dos últimos meses, contava-se que deveria proporcionar maior estabilidade ao setor. Mas o que não se imaginava era que as exportações, em forte retrocesso, viriam a registrar fraquíssimo desempenho – pelos números finais da SECEX/MDIC, o pior resultado mensal em 99 meses de exportações, ou seja, em mais de oito anos.

O efeito disso foi uma disponibilidade interna próxima das 885 mil toneladas, volume 8,76% e 6,31% superior aos registrados em respectivamente, abril de 2017 e março de 2018 e, aparentemente, recorde histórico na oferta interna do produto. Daí, naturalmente, os preços da carne de frango terem, também internamente, retrocedido a um dos menores níveis das duas últimas décadas.

Em relação ao acumulado no ano, contava-se que, já em abril, a disponibilidade de carne de frango estivesse reacomodada em níveis próximos aos de 2017 – meta perseguida pelo setor, já que as condições de consumo vêm sofrendo visível deterioração em relação ao observado um ano atrás.

Porém, a forte queda nas exportações só fez agravar o desbalanceamento já existente entre oferta e consumo. Assim, se o primeiro trimestre do ano foi encerrado com uma oferta interna perto de 2,5% superior ao do mesmo período de 2017, no acumulado entre janeiro e abril de 2018 o adicional registrado ficou próximo dos 4%.

As expectativas de alguma melhora se voltam, agora, para os resultados de maio. Que – a considerar as indicações preliminares de redução no alojamento de pintos de corte entre março e abril (e independente, até, dos problemas logísticos ora enfrentados pelo País, com fortíssimo desdobramento sobre o setor) – tendem a registrar sensível redução, tanto em relação ao mês anterior, como em comparação a maio de 2017. Porém, novamente, paira sobre a atividade o fantasma de outra queda nas exportações.

Share
Published by
Vicente Delgado

Recent Posts

Boi: preços das carnes caem, confira!
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Boi: preços das carnes caem, confira!

Gripe aviária abala o mercado das carnes, veja mais informações a seguir A confirmação de…

2 dias ago
  • Mato Grosso
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Carne bovina de MT é apresentada como modelo de sustentabilidade e custo-benefício na China, confira!

Sedec e Imac destacam potencial da carne mato-grossense em evento estratégico com autoridades e empresários…

4 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo de 21 a 27 de maio, confira!

A previsão do tempo para a semana de 21 a 27 de maio indica chuvas…

4 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Confinamento de boi em MT recua: alta nos custos e incertezas no mercado freiam investimentos

O cenário do confinamento de bovinos em Mato Grosso para 2025 já começa a se…

4 dias ago
  • Dicas de Especialistas
  • Notícias

O que causa grãos ardidos no milho safrinha? Como identificar e como evitar?

O milho ocupa hoje o segundo lugar entre as culturas agrícolas mais relevantes do Brasil.…

5 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Produção global de milho cresce para a safra 2025/26, mas estoques caem e preços recuam nas bolsas

Produção mundial de milho avança puxada por EUA, Brasil e Argentina, sinalizando uma safra mais…

5 dias ago