Tédio não vai ter na semana. Veja como vão mexer no seu dinheiro

Tédio não vai ter na semana. Veja como vão mexer no seu dinheiro

Vicente Delgado

Todo mundo quer pagar menos pelos combustíveis e todo mundo diz que professor está ganhando o que merece, mas essa conta vai sobrar para quem?

Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®

A semana promete fazer ninguém morrer de tédio. Vai ter assunto político para todos os gostos e vai mexer com o dinheiro de todos.

Seja pela elevação do risco na tomada de empréstimos, que certamente vai ficar mais ainda acima do que costuma ficar sobre a Selic (e que já está em 10,75%), seja porque vai mexer com o dólar, elevando-o do patamar atual menos caro, seja porque com o chumbo grosso no radar da política os empresários vão precificar seus produtos por defesa.

Tem a PEC dos combustíveis assombrando o mercado. Tem o aumento salarial dos professores acima de 33%. Tem o Lula dizendo que, se eleito, vai acabar intervindo nos preços dos combustíveis.

Tudo isso, junto e misturado, já dará um bom pano de fundo – ou de frente – para algum nervosismo. Mas, estamos no Brasil, então, sempre se pode esperar mais.

Se o exterior estiver num plano de voo mais tranquilo, melhor.

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Do contrário, aí o preço vai ser mais alto.

O projeto de Emenda Constitucional sobre os combustíveis, que o governo Bolsonaro chegou a pensar em desidratar, deixando a redução dos impostos apenas sobre o óleo diesel, já não estava pegando bem na área econômica.

Só aí, se projetava uma renúncia fiscal de mais de R$ 40 bilhões.

Mas eis que surge uma PEC do Senado, que amplia para todos os combustíveis, mas o gás de cozinha.

E praticamente dobrará a renúncia fiscal da União, se aprovada.

Bolsonaro está deixando rolar, enquanto o ministro Paulo Guedes está igual a um dois de paus.

Se isso avançar na semana, e mostrar que tem chance se passar no Congresso, vai sobrar para todo mundo.

Não importa, por exemplo, que o exportador do agronegócio fature mais com dólar alto na exportação, porque a conta chega de outras formas. Já falamos na última coluna de insumos dolarizados…

No apagar das luzes da semana, o governo assinou o aumento dos professores, só que a conta não é dele. São de estados e municípios.

Como vai se fazer para bancar esse aumento, ninguém sabe.

Ocorre, naturalmente, que como pouco pode se fazer agora, o lance foi dado. E estados e municípios têm dinheiro na praça para pagarem seus empréstimos, dívidas com fornecedores, precatórios, salários etc, num momento em que a arrecadação não cresce.

Pelo contrário.

O mercado vê cada vez mais dificuldades para que esses compromissos sejam honrados.

Vira uma bola de neve.

Noves fora, por fora, o ex-presidente Lula resolveu botar mais fogo na fogueira, dizendo que, se eleito, não dolarizará os preços combustíveis.

Bom, se não passar para os preços o custo em dólar do que compra lá fora, significa alguma forma de represar os aumentos e tirar receita da Petrobras.

A Dilma Rousseff fez isso e ajudou a estatal a amargar US$ 100 bilhões em prejuízos.

Junto com a corrupção, a petroleira teve que se socorrer indiretamente via Tesouro Nacional. E a conta é sua, minha, da população.

De quebra, arrasou o setor sucroenergético entre 2011 e 2015, já que a gasolina com preços congelados tirou competividade, num momento, também, que mais açúcar brasileiro ia (na marra) para o exterior, e deprimia os preços.

R$ 40 bilhões, por baixo, de prejuízos, e um arrasto de dezenas de usinas falidas e milhares de produtores de cana sem receber.

Enfim, um bom final de semana, porque a semana promete com os interesses eleitorais dando as costas para a população.

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