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Primeiros passos
Ana Maria começou sua pesquisa ainda na graduação, em 2008, quando se viu envolvida no programa de inserção do pescado na alimentação escolar no município de Marechal Cândido Rondon, transformando a tilápia do pequeno produtor em CMS (carne mecanicamente separada) para, a partir disto, elaborar produtos saudáveis para as crianças das escolas municipais.
A acadêmica fez o seu mestrado no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha do Brasil, trabalhando com o desenvolvimento de produtos à base de pescados marinhos com a comunidade de pescadores artesanais do município de Arraial do Cabo (RJ). O doutorado na Unioeste está no contexto da expansão do mercado de tilápias no Paraná. A produção de peixes de cultivo cresceu 9,3% no Estado em 2021, o que o consolidou como líder nacional no segmento.
Inovação para auxiliar no tratamento de Câncer
Como vimos a pesquisadora já produz produtos à base de peixe há mais de 13 anos, a ideia surgiu durante o tratamento de quimioterapia de sua filha “Ela teve um câncer de mama gestacional que foi descoberto aos quatro meses de gravidez. Ela começou a ter problemas para ingestão de alimentação, que fosse nutricionalmente adequado, porque pacientes que passam por problemas de câncer ficam bastante debilitados. Daí eu vi que o sorvete de limão que ela tomava às vezes, quando ela fazia quimioterapia aliviava bastante as feridas, daí eu tive ideia eu falei por que não tornar esse sorvete mais nutricional inserindo a carne da Tilápia, que é uma carne leve e dá para fazer variadas receitas.”, explica a doutoranda.
Ela comenta que a partir de então, foram três anos de muita pesquisa até chegar no resultado final adequado. A sobremesa diferente tem sabor semelhante a um sorvete de creme, já que do peixe mesmo só são extraídos os nutrientes.
Quando o estudo estiver finalizado e o produto finalmente for para a gôndola do supermercado, assim como a filha da Ana, muitos adultos e crianças em tratamento contra o câncer poderão consumir um alimento nutritivo e saboroso. Mas a pesquisadora não quer parar por aí, o próximo desafio é transformar o nutriente hidrolisado descoberto, em pó, o que vai permitir a produção de pão bastante proteico, que deve alimentar pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Eu me sinto uma privilegiada, a gente quer deixar uma sementinha nesse mundo. Meu trabalho não vai acabar com a fome no mundo, mas vai ser uma sementinha de esperança e eu vou ficar muito feliz com isso.“, finaliza Ana Maria.
O Canal RIC Rural, do Paraná, fez uma matéria especial sobre o sorvete de tilápia e você pode assistir logo abaixo. Aperte o Play!
* Com informações de AEN
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