Soja: Qualquer problema com a safra sul-americana de soja tem condições de mudar a rota dos preços

Na safra 2017/18 ‘mercado climático’ volta a preocupar, com a possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña no final do ano

As condições do balanço de oferta e demanda global de soja se mantêm mais confortáveis, deixando um espaço limitado para aumentos consideráveis dos preços. Entretanto, num mercado de demanda aquecida e de oferta concentrada em poucos países, qualquer problema com a safra sul-americana nos próximos meses pode mudar a situação, oferecendo fundamentos para níveis de preços mais elevados.

“Com a proximidade do final do ano, as atenções do mercado de soja começam a se voltar para o Brasil e a Argentina, uma vez que estes dois países irão concentrar a semeadura de suas respectivas safras da oleaginosa nos últimos meses deste ano”, afirma a consultoria INTL FCStone, em relatório.

No caso brasileiro, a ausência de precipitações no centro sul do país até o final de setembro trouxe preocupações para os sojicultores em regiões importantes, como Mato Grosso e Paraná, visto que a umidade regular do solo durante o início do plantio é fundamental para o desenvolvimento das sementes, além de diminuir as chances de perda das áreas semeadas.

“Algumas localidades estão com atraso no plantio neste período inicial, contudo, ainda sem maiores perdas”, alerta a INTL FCStone. Mesmo com esta condição, as previsões apontam uma normalização do regime de chuvas em outubro, o que permitirá o progresso da semeadura nessas regiões, além do plantio em outros estados, ressaltando que as estimativas a produção brasileira estão além das 100 milhões de toneladas, novamente.

Já no caso argentino, há alguma preocupação de que o excesso de umidade no solo, devido ao grande volume de chuvas recente, possa vir a atrasar o plantio local. Este risco climático se dá em um cenário em que já se espera um ciclo com área menor em relação à da safra 2016/17, sendo que a permanência do imposto de exportação para a oleaginosa na Argentina continua deixando os produtores do país menos animados com a cultura.

Destaca-se, também, a apreensão em relação à possibilidade de ocorrência do efeito climático La Niña no final do ano, dado que este tende a deixar o clima mais seco na região sul do Brasil e na Argentina durante a fase de desenvolvimento das plantações. Apesar disso, os modelos matemáticos atualmente apontam que, caso venha a ocorrer o La Niña, este deve ser classificado como de baixa intensidade.

Por INTL FCStone

Share
Published by
Vicente Delgado

Recent Posts

Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja

A queda é explicada, principalmente, pelo fim da colheita da soja. Porém a proximidade de…

2 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo: chuvas persistem em algumas regiões do país

Áreas da Bahia e atingem Sergipe neste fim de semana, na região o Recôncavo Baiano,…

3 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Mercado do algodão: Bolsa de NY sobe, confira!

Contratos de julho e dezembro de 2025 registram alta na Bolsa de Nova York, impulsionados…

3 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo: como será o clima no Brasil em maio?

A previsão do tempo indica chuvas concentradas no Norte do país e áreas do leste…

5 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Cotações da soja no Brasil recuam

Em meio a tensões cambiais e expectativas energéticas, farelo e óleo de soja apresentam movimentos…

5 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Alta no preço do bezerro em Mato Grosso, confira!

Após meses de estabilidade, o mercado do bezerro em Mato Grosso surpreendeu com uma valorização…

6 dias ago