Um Sistema de Inteligência, Gestão e Monitoramento Territorial Estratégico (SITE) organizará, com base no conhecimento científico, informações georreferenciadas da região do Semiárido nordestino. Os dados incluirão aspectos dos quadros natural, agrícola, agrário, de infraestrutura e socioeconômico. Um dos resultados esperados será a associação de tecnologias disponíveis a demandas específicas que forem identificadas.
Lançado oficialmente na sexta-feira (23) (veja quadro abaixo), o projeto tem previsão de duração de 12 meses e está a cargo da Embrapa Territorial (SP). O Sistema será empregado para subsidiar a elaboração de políticas públicas e privadas voltadas à região. Um dos objetivos é promover o desenvolvimento sustentável da agropecuária no Semiárido.
O SITE estará disponível ao público com ferramentas de análise e apoiará imediatamente as ações das diversas secretarias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), prefeituras municipais, governos estaduais, instituições públicas e privadas no Semiárido nordestino.
O projeto contará com R$ 1,5 milhão em recursos aportados pelo Banco do Nordeste. A instituição financeira também utilizará o SITE para apoiar suas políticas públicas na região. As informações qualificadas no Sistema apoiarão uma das principais políticas do Mapa, o Plano de Ação para o Nordeste (AgroNordeste), a ser lançado em breve pelo governo federal. O plano tem como objetivo apoiar a organização das cadeias agropecuárias, ampliar e diversificar os canais de comercialização, além de aumentar a eficiência produtiva e o benefício social na região.
O trabalho vai abordar oito microrregiões prioritárias com potencial de desenvolvimento agropecuário, identificadas preliminarmente por meio de métodos de inteligência territorial. Para cada uma delas, serão indicadas soluções tecnológicas e não tecnológicas disponíveis com foco no desenvolvimento territorial sustentável da agropecuária.
Para o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, com a estruturação do SITE será possível integrar e analisar todas as informações em uma única base de dados. “Apesar de o acervo de informações disponíveis sobre o Semiárido nordestino ser um dos maiores do País, os dados são temáticos e setoriais. O sistema, inédito, vai tratar de todas as informações de forma integrada e na perspectiva de análise territorial”, informa.
Na opinião de Miranda, o desenvolvimento da agricultura de sequeiro no Semiárido nordestino ainda é um grande desafio para o País, e o SITE será uma importante ferramenta para enfrentá-lo. “É preciso viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação em inteligência para a sustentabilidade da agropecuária no bioma Caatinga”, declara.
As microrregiões pré-selecionadas envolvidas abrangem 106 municípios e representam 10% da área da Caatinga. Foi identificada uma microrregião por estado do Nordeste, exceto o Maranhão, onde a vegetação predominante é o Cerrado. As selecionadas são Euclides da Cunha (BA); Araripina (PE); Vale do Açu (RN); Baixo Jaguaribe (CE); Alto Médio Canindé (PI); Sergipana do Sertão do São Francisco (SE); Batalha (AL) e Cariri Oriental (PB). A área total reúne cerca de 143 mil estabelecimentos agropecuários. Para delimitá-la, a equipe da Embrapa analisou uma série de dados dos Censos Agropecuários de 2006 e 2017.
A renda dos agricultores foi um dos critérios adotados para a escolha das microrregiões prioritárias. Da totalidade de estabelecimentos, cerca de 16 mil são coordenados por produtores com renda de três a dez salários mínimos. Esse montante de imóveis representa 11% dos estabelecimentos em toda a área estudada.
Os produtores com renda entre três a dez salários mínimos são os que apresentam condições para adoção de soluções tecnológicas. Os produtores com renda inferior a três salários mínimos são dependentes de políticas públicas assistenciais.
“Os agricultores que estão produzindo e vivendo do mercado agrícola são os da faixa de renda entre três a dez salários mínimos. Mas isso não significa que os abaixo dessa faixa não serão influenciados pelo desenvolvimento de sistemas produtivos. Espera-se que haja uma sinergia entre os grupos e, para isso, é importante que as ações sejam integradas entre os ministérios”, observa Miranda.
Nos estudos preliminares, ao comparar os dados levantados no Censo Agropecuário de 2006 e 2017, a equipe da Embrapa Territorial observou um declínio de 30% na atividade agropecuária no Nordeste. No entanto, o número de estabelecimentos agropecuários, nas microrregiões selecionadas nos estudos, cresceu 11%. Agora, com o projeto aprovado em parceria com o Banco do Nordeste, serão elaborados diagnósticos aprofundados para cada uma das oito microrregiões prioritárias, com indicações de soluções tecnológicas e não tecnológicas para o desenvolvimento agropecuário.
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