Safra 2024/25 de algodão em Mato Grosso surpreende e projeta alta na produtividade mesmo com desafios climáticos

Apesar de um ciclo anterior com rendimento abaixo do esperado, a produção da safra 2023/24 encerrou com avanço significativo em relação ao ano anterior

Para 2024/25, o cenário é ainda mais otimista: mesmo com quase metade da área plantada fora da janela ideal, as lavouras se desenvolveram bem, impulsionadas por condições climáticas favoráveis, e a expectativa de produtividade aumentou, consolidando Mato Grosso como protagonista na produção nacional de algodão.

O ciclo de produção do algodão em Mato Grosso segue demonstrando o potencial do estado frente aos desafios do campo. Com o término do beneficiamento da pluma referente à safra 2023/24, os números se consolidaram: foram 2,60 milhões de toneladas produzidas. Embora esse volume represente uma queda de 2,03% em relação à estimativa anterior — reflexo do rendimento abaixo do previsto — ainda assim superou em 11,91% a produção da safra 2022/23, reforçando a eficiência da cadeia produtiva local.

O olhar do setor agora se volta para a nova temporada. As projeções para a safra 2024/25 mostram um cenário animador: a área plantada permanece estimada em 1,51 milhão de hectares, aumento de 2,97% sobre a temporada anterior. O que realmente chama atenção, porém, é o crescimento da produtividade estimada, que passou para 289,15 arrobas por hectare — um salto de 1,72% em comparação à previsão anterior. Esse avanço é atribuído, principalmente, às boas condições climáticas que predominaram em Mato Grosso, garantindo vigor ao desenvolvimento das lavouras, mesmo com 46,52% da semeadura realizada fora da janela considerada ideal.

A expectativa positiva se estende à produção de algodão em caroço, que agora está projetada em 6,53 milhões de toneladas — um crescimento de 2,07% em relação ao ciclo anterior. Essa perspectiva consolida Mato Grosso como o maior produtor de algodão do Brasil, destacando-se não apenas pelo volume, mas também pela capacidade técnica de seus produtores, que seguem se adaptando com eficiência às variabilidades do clima e às exigências do mercado internacional.

Mercado financeiro

• Exportação: a paridade de exportação de jul/25, em Mato Grosso, apresentou retração de 3,15% no comparativo semanal, ligada à desvalorização do algodão na Bolsa de NY;
• Preço do poliéster: o preço do poliéster apresentou incremento de 4,70% quando comparado com o da semana passada, precificado na média de ¢ US$ 28,32/lp;
• Recuo: ainda refletindo o impacto das tarifas dos Estados Unidos nos mercados, a média semanal do preço do algodão em NY reduziu 2,03%, ficando na média de ¢ US$ 66,83/lp.

AGRONEWS É INFORMAÇÃO PARA QUEM PRODUZ