Depois de um começo de ano em que se observou a recuperação do marcado de lácteos, os preços do leite voltaram a cair no primeiro decêndio de julho, acentuando a queda que se registrava em junho. O movimento – considerado atípico para esta época do ano – está diretamente relacionado ao aumento da captação e à redução expressiva da demanda. O cenário foi apresentado na reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústria do Leite do Paraná (Conseleite-PR), realizada na sede da FAEP, em Curitiba, nesta terça-feira (23).
O colegiado – formado por produtores e representantes de indústrias lácteas do Estado – aprovou o valor de referência de R$ 1,0549 para o litro de leite entregue em julho a ser pago em agosto. A queda é de 7,06%, que corresponde a R$ 0,0801. O recuo foi maior do que o próprio setor esperava. O preço de referência serve de base para formação dos preços pagos aos produtores. Ao longo da negociação com a indústria, este valor é acrescido, a partir de itens de qualidade e volume do produto comercializado.
“A partir de abril e maio, historicamente, a gente tende a ver preços crescentes, pelo comportamento do próprio mercado. Mas diferentemente do normal, assistimos à redução de preços de produtos importantes, que afetaram o resultado. Pode ser um choque de oferta“, observou a pesquisadora Vânia Guimarães, professora a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Vânia Guimarães.
As perspectivas negativas puxadas pela queda do consumo de lácteos e derivados acabou se mostrando mais severa do que o setor previa. Dois produtos cuja comercialização pode ser considerada “termômetro” do mercado, o leite UHT e o leite cru tiveram variações negativas bastante significativas e acima da média dos outros produtos. O encolhimento dos preços, no entanto, foi registrado de forma generalizada entre os produtos lácteos, com exceção da bebida láctea, que se manteve estável.
“Foi o pior julho de muitos anos, desde que fazemos esse acompanhamento“, disse o pesquisador José Roberto Canziani, também professor da UFPR. Os pesquisadores destacam que este panorama se contrapõe ao início do ano, quando os preços reais pagos aos produtores ficaram bem acima dos praticados em anos anteriores.
O preço de referência é calculado a partir dos preços de venda dos produtos por parte das indústrias que fazem parte do Conseleite. O objetivo é que se chegue a um valor justo e com transparência – de acordo com a realidade do mercado – e que sirva de base para remuneração do produto no Estado. Para isso, pesquisadores da UFPR criaram uma metodologia para o cálculo, levando em conta índices oficiais e valores praticados pelo mercado atacado do Paraná.
Fonte: Sistema FAEP.
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