Preços dos combustíveis passam a ter correlação com mercado internacional

As correlações já são mais do que suficientes para o desenvolvimento de estratégia de proteção com uso de mercados futuros

Após um mês em vigor da política de ajuste diário dos Preços dos combustíveis pela Petrobras, a estatal passa a seguir o mercado internacional no curto prazo e os preços de diesel e gasolina no Brasil estão altamente correlacionados com os movimentos mundiais da cadeia do petróleo.

Isso significa que a Petrobras está comprometida em atuar em um contexto de livre mercado e a seguir os principais contratos de referência internacional para os combustíveis. “Consumidores estão agora diariamente expostos a oscilação do mercado internacional. O preço não é mais dado e igual para todos, e a decisão de onde e quando comprar passa a ser chave”, explica o Head de Petróleo, Gás e Derivados na INTL FCStone do Brasil, Thadeu Silva.

Segundo Silva, as correlações já são mais do que suficientes para o desenvolvimento de estratégia de proteção contra a volatilidade dos preços com uso de mercados futuros e instrumentos de hedge.

A INTL FCStone realizou um estudo comparativo entre os preços praticados pela estatal e os principais contratos globais de referência para comercialização de petróleo e derivados. Resultados apontam que os preços domésticos da Gasolina A – antes da adição do etanol – têm maior conexão com o combustível na Europa. A referência do noroeste do velho continente (Gasolina NWE) apresentou perto de 90% de correlação no período. “No primeiro semestre de 2017, perto de 60% das importações de gasolina vieram da Europa e em 2016 mais de 70% tiveram a mesma origem”, observa Silva.

A seguir, a gasolina brasileira também tem boa correlação com as duas referências de petróleo (WTI e Brent) e assim como a gasolina na Europa, poderiam ser utilizados para fixação dos preços futuros.

Já o diesel apresenta maior conexão com o mercado americano, principal origem das importações brasileiras. Ambos os tipos do combustível (S10 e S500) apresentam correlação muito forte com o contrato financeiro do combustível negociado em Nova Iorque (ULSD – diesel com baixo conteúdo de enxofre, na sigla em inglês).

“O mais importante a ser verificado na análise é que as variações diárias em relação ao prêmio médio em cada praça, para diesel e gasolina, são bastante modestas e seguem todas a mesma direção”, explica Silva. Nesse sentido, o preço diário da gasolina ficou em apenas 3 oportunidades com diferença de mais de 2 centavos em relação ao prêmio médio do mês em cada praça. No caso do diesel, em nenhuma oportunidade essa diferença chegou a 2 centavos e os ajustes diários levam a dispersões sempre abaixo de 1% do preço do produto.

Metodologia

A consultoria correlacionou os preços médios na refinaria praticados pela estatal com as principais referências internacionais – transformadas em reais. As séries são de preços diários e foram consideradas 22 observações, de 29 de junho a 31 de julho desse ano. Para encontrar a melhor referência para cada combustível, foram verificadas correlações com contratos de petróleo bruto (WTI e Brent), gasolina (RBOB, CBOB e Gasolina NWE) e diesel (ULSD e Gasolina) em diversas regiões.

Correlação Preços Médios Refinarias Petrobras vs Referências Mercado Internacional

Fonte: Reuters, Bloomberg, CME, ICE e Petrobrás

 

Sobre a INTL FCStone:

A INTL FCStone Inc. e suas subsidiárias oferecem serviços de execução e consultoria em commodities, moedas e securities internacionais. Com raízes no setor de commodities que remontam a 1924, a INTL FCStone é especializada em auxiliar toda a cadeia do mundo das commodities – produtores, processadores e consumidores – a gerir seu negócio e a crescer no ambiente volátil das commodities agrícolas. No Brasil, a INTL FCStone está sediada em Campinas (SP) e conta com escritórios em São Paulo (SP), Passo Fundo (RS), Maringá (PR), Sorriso (MT), Goiânia (GO), Recife (PE) e Patrocínio (MG).

Sobre o Thadeu Silva:

Thadeu Silva é Head de Petróleo, Gás e Derivados na INTL FCStone do Brasil, atuou por 5 anos como Diretor de Inteligência de Mercado na mesma empresa e tem nove anos de experiência no mercado de commodities. Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), atua nos temas: demografia e demanda, gerenciamento de riscos, modelos de precificação, economia evolucionária, sistemas de inovação, sistemas setoriais e economia industrial.

Por Agronews

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Vicente Delgado

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