Poder de compra do frango retrocede aos níveis de 2016

Há quase dois anos, em maio de 2016, o AviSite – ao analisar a evolução de preços do milho e do farelo de soja – observava que fazem da produção de frangos uma atividade econômica insustentável. Pois o que foi dito então tem total aplicação neste momento. Porque o poder de compra do frango retrocedeu àqueles mesmos níveis, um dos mais baixos da história do setor

Acompanhando a evolução de preços do frango vivo, do milho e do farelo de soja, o AviSite tem utilizado como base de comparação o preço de um “pacote” contendo três partes de milho e uma parte de farelo de soja, aproximadamente a mesma proporção observada na criação de um frango.

Foi em maio de 2016 que esse “pacote” registrou a pior relação com o frango vivo. Pois seu valor (R$4,00) ficou 60% acima do preço então alcançado pela ave (R$2,50/kg). Ou seja: naquela ocasião, 1 kg de frango vivo adquiriu não mais que 62,5% do “pacote”, enquanto nos 10 anos anteriores seu poder de compra médio girou em torno dos 90%.

Essa, aliás, tem sido, aproximadamente, a média registrada desde que, passado o pico de preço do “pacote”, os valores alcançados voltaram a refluir. E um ano atrás, por exemplo, a relação entre frango vivo e “pacote” foi de, praticamente, 1 para 1, ou seja, ou seja, 1 kg de frango vivo sendo suficiente para adquirir 1 “pacote” contendo 3 kg de milho e 1 kg de soja.

Mas de janeiro para cá a situação voltou a sofrer forte deterioração. Neste caso, não apenas porque o preço das matérias-primas passou a apresentar altas elevadas e contínuas, mas também porque o preço do frango vivo (e também do abatido) vem caindo drasticamente. Como efeito, o poder de compra do frango em relação ao “pacote” se encontra, neste instante, em 64% – o que, para simples comparação, representa queda de quase 60% em relação ao poder de compra alcançado apenas oito meses atrás, em agosto de 2017.

Ressalve-se, porém, que essa capacidade de compra (64% do “pacote”) só é aplicável a quem vem conseguindo negociar o seu frango pela cotação referencial, R$2,20/kg. Pois como grande parte (ou a maior parte?) dos negócios é efetivada com 20 centavos de desconto em relação ao referencial, o valor recebido pelo produtor mal adquire 58% do “pacote”. E esta, sim, é a pior relação já enfrentada pelo setor.

Fonte: Avisite

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Vicente Delgado

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