“A soja já está nos lugares certos em que é para plantar. O Pantanal não é lugar para plantar soja“, enfatiza Avalone.
O AGRONEWS® conversou com o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais do estado de Mato Grosso, deputado estadual Carlos Avalone (PSDB), sobre a possibilidade do plantio de soja no Pantanal. O assunto é bastante polêmico no setor e divide opiniões.
Como publicamos recentemente, Lideranças partidárias apresentaram, no início deste mês(04), o Projeto de Lei 03/2022, que altera o dispositivo da Lei nº 8.830, de 21 de janeiro de 2008 e que dispõe sobre a Política Estadual de Gestão e Proteção à Bacia do Alto Paraguai. Em síntese o objetivo do projeto é de fomentar as atividades econômicas em áreas da Bacia do Alto Paraguai – região do Pantanal, desde que cumpridas todas as exigências legais, inclusive ambientais. (Leia a matéria completa clicando aqui)
O Assuntou rendeu bastante discussão, pois na interpretação de alguns ambientalistas, poderia fomentar o avanço da soja no bioma Pantanal.
Quanto ao plantio de soja dentro da planície alagada do Pantanal, segundo Avalone, se buscarmos informações na própria Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso – Famato, que é a instituição representante do setor produtivo do estado, a resposta será: “Só se fizer uma drenagem“, o que tornaria inviável o cultivo para o produtor rural. “Tem que tirar a água. Não tem chance nenhuma, não produz soja. A planície alagada não tem soja. E não tem soja porque não pode, existe legislação que proíbe, e não tem soja porque não é viável produzir soja. As duas coisas, não funcionam, não tem nada a ver.“, afirma o parlamentar.
Sobre o possível incentivo de plantação de soja no Pantanal com a aprovação da licença prévia para construção de um porto em Cáceres (225 km a Oeste da capital Cuiabá), o deputado Carlos Avalone considera a obra apenas uma iniciativa para viabilizar a logística e baratear o frete na região. “O porto é simplesmente para transportar, baixar o custo do transporte. Não tem nada a ver com incentivar o plantio“, explica Avalone.
O deputado também destacou que o porto receberá cargas de grãos plantados em municípios como Comodoro e Sapezal, além de outros da região Sul do Estado.
“Vai ser uma questão de custo. Não tem nada a ver com plantio. Não aumenta a vontade, o interesse, nada disso. A soja já está nos lugares certos em que é para plantar. O Pantanal não é lugar para plantar soja, o Pantanal cria naturalmente, há mais de dois séculos, gado. É o lugar para criar gado de forma extensiva. E a degradação que está tendo no Pantanal vem por causa dos incêndios, de desmatamento, às vezes, e também por falta de apoio ao homem pantaneiro. Porque se o Pantanal é o bioma menos agredido do Brasil, e um dos menores do mundo, é porque quem tomou conta dele? Quem cuidou do Pantanal e deixou do jeito que está é o homem pantaneiro“, defendeu.
O Porto de Barranco Vermelho teve a licença aprovada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) na última quarta-feira(26). A Licença Prévia foi aprovada por 14 conselheiros e teve quatro votos contrários.
Os Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) são públicos e estão disponíveis no site da Sema clicando aqui.
Quanto ao PL 03/2022 da ALMT, o projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais, que agora recebe vistas dos parlamentares e deve ser votado em fevereiro deste ano.
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Por Vicente Delgado – AGRONEWS®
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