O frango vivo em maio e nos cinco primeiros meses de 2018

Foi o melhor mês deste ano. Foi o pior mês da história do setor

À primeira vista contraditórias, as duas afirmações retratam fielmente o que foi maio de 2018. Um mês de início promissor porque, após profundas e sempre crescentes perdas, o setor começava a colher os primeiros frutos da busca pela readequação ao “novo mercado”. Mas, como se houvesse um tsunami, tudo acabou varrido água abaixo, com o movimento nacional desencadeado pelos caminhoneiros.

Foi em maio que o frango vivo começou a obter os primeiros reajustes de preço. E não apenas do ano. Ou seja: a última alta registrada pelo setor ocorreu na segunda quinzena de outubro de 2017 e, a despeito de alguns momentos de estabilidade, desde então o produto (base: granja, interior de São Paulo) acumulou baixas que somaram 18,5%. Isto ressalte-se, enquanto o custo de produção caminhava inversamente, aumentando mês após mês.

O interessante é que os ajustes registrados no período – foram seis ao todo, cada um de cinco centavos – só começaram no segundo decêndio de maio (11), concentrando-se no curto espaço de seis dias negócios. Ou seja: até alcançarem o ponto de estabilização, foram diários.

Muitos reputaram esse desempenho à comemoração do Dia das Mães (13 de maio), data de forte ativação do consumo. Mas, considerando que em anos anteriores o mercado passou pelo Dia das Mães em completa apatia e levando em conta, ainda que os ajustes registrados se estenderam até o início da segunda quinzena, é permitido concluir que a retomada de preços resultou de (já prevista) redução no alojamento interno de pintos de corte em abril. Um comportamento que pode ter representado queda de 30 milhões de cabeças em comparação a abril de 2017 (vide, a propósito, “volume de pintos de corte cai a menos de 500 milhões”) e que se refletiu diretamente na oferta de aves vivas em maio.

As altas iniciadas na primeira quinzena provavelmente teriam continuidade na segunda metade do mês não fosse a demanda ter caído significativamente, como é típico do período. Assim, após um último ajuste no dia 17, o frango vivo, mesmo operando em mercado absolutamente firme, iniciou período de estabilidade de preço que, provavelmente, prosseguiria até o final do mês. Mas, nesse meio tempo, começou o movimento caminhoneiro e, com ele, a maior parte das negociações de compra e venda foi interrompida e as cotações se tornaram apenas nominais.

No último dia útil de maio, com a paulatina normalização das atividades, os primeiros negócios foram retomados e, como há havia ocorrido duas semanas antes, desenvolveram-se em ambiente firme. Assim, o mês foi encerrada com a perspectiva de ajustes imediatos de preço.

 

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Vicente Delgado

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