Licenciamento ambiental, por José Mário Schreiner

Está em pauta no Congresso Nacional, a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Assunto de grande relevância para o desenvolvimento do nosso País. A ideia é trazer um novo marco legal para o licenciamento ambiental brasileiro.

No entanto, devemos fazer uma avaliação com uma visão mais estratégica em relação aos procedimentos de licenciamento ambiental no Brasil. Precisamos de um projeto que compatibilize e sustente basicamente três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Vale ressaltar que estamos tratando de uma pauta de interesse comum e devemos respeitar, também, as diversas peculiaridades regionais existentes em nosso País.

Não podemos discutir essa temática de forma polarizada, muito menos divulgar informações que não condizem com a proposta que está sendo discutida. O Projeto de Lei em questão não dá autorização automática para desmatamento, não fragiliza as emissões das licenças, não anistia os crimes ambientais, não deixa o meio ambiente descoberto, nem nada análogo a isso.

O desmatamento sem autorização é crime, e continuará sendo, assim como qualquer crime ambiental já previsto na Lei de Crimes Ambientais, até porque estamos tratando de matérias distintas. O que buscamos é a celeridade e a segurança nos procedimentos de licenciamento ambiental.

Precisamos inovar, modernizar e quebrar esse sistema burocratizado hoje existente, que é nitidamente ineficaz tanto para a proteção do meio ambiente quanto para o desenvolvimento da infraestrutura do País.

Vivemos em um emaranhado de normativas; são diversos decretos, resoluções, instruções normativas, portarias, que se misturam causando uma verdadeira inoperância aos órgãos ambientais.

Sabemos que o licenciamento ambiental tem sua importância para a realização de boa parte das atividades econômicas, no entanto, precisamos focar no que é significativo. Devemos usar a ciência e a tecnologia a nosso favor, observando o tipo de atividade, os potenciais danos ao meio ambiente e permitir, também, que os estados possam ter maior liberdade na gestão e na normatização suplementar à Lei Geral.

O licenciamento ambiental deve continuar sendo regra para a maioria dos empreendimentos de impacto ambiental significativo, mas o modelo deve ser diferente, os órgãos ambientais têm que gastar energia e dedicar esforços onde realmente precisa. É necessário buscar celeridade no processo de licenciamento ambiental, mas sem abrir mão da rigidez. Como está não podemos continuar!

*Deputado federal e presidente do Sistema Faeg Senar

Share
Published by
Vicente Delgado

Recent Posts

Previsão do tempo para o mês de abril, confira!
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo para o mês de abril, confira!

Abril: como será o clima no Brasil? A previsão do tempo indica chuvas concentradas no…

2 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Preço médio da arroba do boi reflete impacto do 1º trimestre

No mercado do boi, arroba da vaca gorda esboça recuperação em março, mas segue pressionada…

2 dias ago
  • Mercado Investing
  • Notícias

Ovos: oscilações no mercado de grãos desafiam avicultura, confira!

Poder de compra do avicultor bate recorde em relação ao farelo de soja, apesar da…

2 dias ago
  • Dicas de Especialistas
  • Notícias

Como produzir 100 mil litros de leite por dia? Visitamos uma fazenda que faz isso

Salas de banho, conforto térmico e bem-estar animal são alguns dos segredos para produção de…

3 dias ago
  • Notícias

Líder global em RNA para agricultura, GreenLight Biosciences chega ao Brasil

A GreenLight Biosciences, empresa de biotecnologia pioneira em soluções baseadas em RNA para a agricultura,…

3 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo: chuvas do verão não foram suficientes para repor o estoque de água no solo

Áreas mais críticas são o Pantanal, o Brasil Central e partes de MG, SP e…

3 dias ago