Leis brasileiras são severas para o cultivo e nosso país preserva 61% da sua vegetação, diz ministro

Maggi pedirá, em Marrakech, compensação à agricultura por cuidados ambientais.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) adotará uma posição firme na COP 22, a Conferência da ONU sobre o clima que se realiza até a próxima sexta-feira (18) em Marrakech, no Marrocos. O ministro Blairo Maggi, que integra a comitiva de governo, deverá defender que os produtos agrícolas brasileiros tenham preferência no mercado global, em função de cumprirem regras ambientais rigorosas – uma postura diferenciada de outros países que também são produtores de alimentos.

Assista um trecho da fala do ministro, na COP22, durante a palestra do diretor da BRF, Marcos Jank, que tratava sobre o comércio agrícola e sustentabilidade. Ele foi bastante claro sobre o funcionamento da legislação do Brasil, em que os produtores têm que manter preservadas parte das terras, acompanhe…

O ministro vai reforçar que o Brasil tem 61% de suas matas nativas preservadas e que faz uso de energias limpas, além de ser responsável por 14% da água doce do planeta e de adotar práticas preservacionistas no cultivo, no caso de soja e trigo, por exemplo. Blairo Maggi, que falará na quinta-feira (17) no painel O papel do Brasil, da agricultura e da silvicultura no Acordo de Paris, tem defendido que ministros da área participem cada vez mais das discussões internacionais sobre meio ambiente, ”colocando a realidade do produtor nas grandes decisões”.

Ele destaca que o clima é de fundamental importância para o produtor rural e que essa é uma forte motivação para preservar o equilíbrio ambiental. Outra razão, apontada pelo ministro, é a importância de abastecer o mercado mundial de alimentos. “Só haverá paz no mundo quando tiver alimento na mesa de todos”, observou.

O assessor especial do Mapa para Desenvolvimento e Sustentabilidade, João Campari, que também viaja para a COP 22, lembra que Blairo Maggi cobrará compensações pelas práticas e regras ambientais seguidas por agricultores brasileiros. “Queremos ser compensados de alguma forma por todos esses cuidados que são compartilhados com o bem-estar da população dos demais povos”, destaca. “Temos aqui leis muito severas para o uso da terra, mais do que em qualquer outro país”, acrescenta.

O ministro vai defender ainda a pecuária, em contraponto a opiniões de que a produção de gado contribui para poluir a atmosfera. Artigo publicado na conceituada revista Nature, assinala Campari, revelou que os gases dos animais são compensados pelas pastagens plantada para alimentá-los.

Blairo Maggi também participará do lançamento da Plataforma para o Biofuturo, que visa aproveitar a tecnologia existente no tratamento de resíduos para produção de combustíveis celulósicos, como o etanol obtido da biomassa de cana-de-açúcar. E deverá se encontrar com o diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o brasileiro José Graziano da Silva.

O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Silva, e o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, também viajam a Marrakech. O objetivo da conferência é garantir a redução das emissões de CO² (gás carbônico) na atmosfera para conter o aquecimento global. A estimativa é de que, se nada for feito, os oceanos deverão avançar seis metros sobre os continentes até o fim do século.

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Vicente Delgado

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