Início da safra de grãos já mostra sinais de queda na produção para o Brasil

Mais pessimista: Consultoria INTL FCStone prevê redução de 0,6% para a soja e 1,7% no caso do milho no comparativo com a expectativa anterior

Dada a largada no plantio de soja e milho no Brasil, fatores como o clima verificado nas principais regiões produtoras durante as últimas semanas já mostram sinais de que a safra 2017/18 será menor do que a verificada no ciclo passado, quando as condições se mostraram excepcionais do plantio à colheita.

“Para além da safra de soja, as preocupações com potenciais impactos sobre o plantio da safrinha de milho também cresceram, uma vez que as chuvas acabaram demorando mais que o esperado”, relata a Analista de Mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.

De acordo com a revisão de novembro da estimativa de safra da consultoria, a produção de soja deve ficar em 106,08 milhões de toneladas, queda de 0,6% em relação à estimativa anterior, enquanto o milho verão (1ª safra) deve render 23,6 milhões de toneladas, queda de 1,7% frente ao número de outubro.

No caso da soja, o recuo decorreu de uma revisão da produtividade esperada, enquanto a área plantada foi mantida inalterada em 35 milhões de hectares. O atraso das chuvas no início do plantio, principalmente nas regiões central e norte, tem se refletido nos trabalhos de campo com a semeadura. “O regime de chuvas está se regularizando somente agora, no final de outubro e início de novembro”, destaca a INTL FCStone, em relatório divulgado nesta quarta-feira (01).

Ainda de acordo com a analista Ana, mesmo que esse atraso inicial não signifique que vá haver alguma quebra, já há produtores que não esperam a mesma produtividade do cenário sem atrasos. Assim, o rendimento médio esperado pelo grupo sofreu uma leve redução, ficando em 3,03 toneladas por hectare. Esse ajuste decorreu de uma revisão nos números de estados do Centro-Oeste.

A despeito das exportações muito aquecidas de soja no ciclo 2016/17, os estoques de passagem não devem ficar tão restritos quanto em anos anteriores. Mesmo assim, como se espera uma queda de produção significativa na safra 2017/18, uma oferta mais restrita é esperada no próximo ano. Com isso, as exportações para 2018 foram estimadas em 61 milhões de toneladas, com estoques finais em quase 1,5 milhão de toneladas.

Já em relação ao milho, as perspectivas para a safra de verão apontavam para uma queda considerável de área, para abaixo de 5 milhões de hectares. Em sua revisão de novembro, a INTL FCStone trouxe um novo ajuste para a área plantada, que ficou em 4,88 milhões de hectares. Houve leves cortes no Rio Grande do Sul e em Goiás. Já a produtividade alcançou 4,84 toneladas por hectare. “Além do contexto de preços mais baixos, em meio à disponibilidade elevada, que resultou nesta considerável redução de área em comparação ao ciclo 2016/17, as chuvas um pouco mais tarde também trouxeram algumas preocupações para o milho.”, explica a consultoria.

Por INTLFCStones

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Vicente Delgado

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