Hortifruti: Custo para se produzir um hectare de tomate ultrapassa R$ 100 mil

O custo de R$ 100 mil por hectare – ou de R$ 25,00 a R$ 30,00 por caixa de 23 kg, a depender da região e da produtividade – é um patamar bastante elevado ao agricultor, segundo indicam pesquisas da equipe da revista Hortifruti Brasil, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A questão após a apuração dos custos de produção feita pela Hortifruti Brasil é se a cultura é viável diante desse valor. A resposta depende, além da gestão do tomaticultor, do quanto a cadeia poderá remunerar o setor produtivo.

A conjuntura econômica atual, contudo, tem reduzido o poder de compra de consumidores brasileiros. No varejo paulista, o tomate foi comercializado, em maio, a R$ 5,12/kg (segundo o IEA, Instituto de Economia Agrícola), o que corresponde a cerca de R$ 120,00/cx. Produzir a R$ 25 e vender a R$ 120,00 é, sem dúvida, um bom negócio. Mas, entre o produtor e o consumidor há toda uma cadeia – intermediação e varejo – que captura boa parte dessa renda.

Pesquisadores da Hortifruti Brasil alertam que, em tempos de crise econômica, é importante observar não só o custo de produção agrícola, mas avaliar também a eficiência da cadeia como um todo, da produção até o consumo final. Por isso, é imprescindível observar como essa margem de “R$ 95,00/cx” está sendo distribuída dentro da cadeia e se ela remunera adequadamente todos os agentes. Além disso, quais ganhos de eficiência essa margem permite para que a rentabilidade de todos os agentes participantes melhore.

Numa breve análise dos dados de preços ao produtor, ao atacado (Hortifruti/Cepea) e no varejo paulista (IEA), observa-se que, de janeiro a maio de 2016, a participação do preço final do varejo foi distribuída na cadeia da seguinte forma: 23% ficaram com o produtor, 5%, com o atacado e 73%, para o varejo. Em 2016, o produtor perdeu espaço na participação do preço final frente a 2014 e 2015. A participação do produtor no preço final (2014 e 2015) era de 28% ao produtor e o restante era distribuído para o atacado (6%) e varejo (66%).

Essa simples conta mostra que o bolso mais apertado do consumidor aliado a uma maior produtividade nas lavouras observada em 2016 diminuíram a margem do produtor. Esse contexto foi observado não só pela menor participação no preço final, mas, também, por conta dos custos em ascensão. O alerta da Hortifruti Brasil é: muito cuidado com a gestão da tomaticultura!

Fonte: Cepea

Share
Published by
Vicente Delgado

Recent Posts

Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja

A queda é explicada, principalmente, pelo fim da colheita da soja. Porém a proximidade de…

2 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo: chuvas persistem em algumas regiões do país

Áreas da Bahia e atingem Sergipe neste fim de semana, na região o Recôncavo Baiano,…

2 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Mercado do algodão: Bolsa de NY sobe, confira!

Contratos de julho e dezembro de 2025 registram alta na Bolsa de Nova York, impulsionados…

2 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo: como será o clima no Brasil em maio?

A previsão do tempo indica chuvas concentradas no Norte do país e áreas do leste…

4 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Cotações da soja no Brasil recuam

Em meio a tensões cambiais e expectativas energéticas, farelo e óleo de soja apresentam movimentos…

5 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Alta no preço do bezerro em Mato Grosso, confira!

Após meses de estabilidade, o mercado do bezerro em Mato Grosso surpreendeu com uma valorização…

5 dias ago