Feijão: pragas e doenças podem causar explosão no preço e falta na mesa

Ingrediente essencial da feijoada, do acarajé e na base da refeição diária dos brasileiros – seja preto, carioca, de corda ou de outro tipo – o feijão é uma das mais importantes culturas agrícolas do país. No total, são 2,9 milhões de toneladas produzidas, com valor bruto de R$ 7,5 bilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Produzido em todas as regiões do país, o feijão tem ciclo curto de cultivo e enfrenta muitos desafios com pragas e doenças que reduzem a produção e qualidade do alimento significativamente.

Siga-nos: Facebook | Instagram | Youtube

“O brasileiro é apaixonado por feijão. Essencial, ele está presente diariamente nas mesas e nas vidas dos brasileiros. Porém, como todos os demais cultivos, o feijão também enfrenta desafios para chegar até a nossa mesa. Vários detratores de produtividade, como pragas e doenças, atacam as lavouras de feijão do país prejudicando a produção. Não dá para imaginar nossa refeição sem feijão”, assinala Julio Borges, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

“O desafio é grande. Sem cuidados adequados, pragas e doenças causam grandes prejuízos aos produtores e, por consequência, à oferta regular de feijão. Alguns dos principais problemas, como a praga mosca-branca e a doença antracnose, têm potencial para destruir até 100% das plantações, gerando escassez do alimento nas prateleiras”, alerta o dirigente.

Leilão online: Empresa em MT inova com transmissão ao vivo e interatividade

Uma das consequências da baixa oferta de feijão é o aumento dos preços que o brasileiro teria de pagar. “O consumo de feijão está em 13 quilos por pessoa/ano, segundo a Embrapa. É bastante, porém a produção tem de crescer ano após ano para alimentar a crescente população e manter a competitividade da agricultura brasileira nesse cultivo. Para isso, a proteção das lavouras e os cuidados devem ser intensos e frequentes. Importante ressaltar que, além da alta no custo, a falta de feijão no país – que é um dos cinco maiores produtores do grão no mundo – exigiria a aquisição no mercado externo para abastecer a população. Em um cenário de dólar elevado, o impacto nos preços do alimento seria ainda maior”, salienta Julio Borges.

Outros diversos vilões têm potencial para dizimar as áreas de cultivo de feijão, como a mancha-angular – doença fúngica que reduz a colheita em 80% –, o mofo branco ou a lagarta-elasmo, cujos danos podem exigir o replantio completo da lavoura. Não menos graves, plantas daninhas como caruru, picão, trapoeraba e algumas espécies de capim criam uma competição por nutrientes e luz solar que prejudica o potencial do feijoeiro e, ainda, dificulta o processo de colheitas das vagens.

“Para proteger a produção, é necessário controlar esses problemas. A ciência oferece o que há de mais avançado em tecnologia de preparo adequado do solo, seleção de sementes, e ainda defensivos agrícolas. Usados de forma correta e segura, essas tecnologias protegem a planta de feijão sem prejudicar a quantidade e qualidade do grão produzido, nem causar danos ao meio ambiente ou à saúde humana, assegurando seu potencial produtivo” informa Eliane Kay, diretora executiva do Sindiveg.

Confira 7 vantagens de ter um gato em casa

Eliane explica que, antes de ser lançadas, todas as soluções de combate a pragas e doenças na agricultura são testadas cientificamente e submetidas a um longo e rigoroso processo de avaliação, que demora vários anos antes de ter autorização dos Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente para comercialização. “Esse extremo cuidado garante o benefício e, principalmente a segurança para o agricultor e sociedade. Essa é a contribuição da indústria de saúde vegetal para a produção sustentável de alimentos no território brasileiro”, explica Eliane Kay.

De acordo com levantamento exclusivo do Sindiveg, em parceria com a Spark Consultoria Estratégica, o combate a pragas e doenças que atacam o feijão exigiu investimentos de mais de R$ 1,2 bilhão nessas tecnologias, que trataram área equivalente a mais de 33,2 milhões de campos de futebol em 2020. O cálculo de área tratada considera, em multiplicação, o número de produtos e de aplicações, assim como a área cultivada.

Produção regional

Todos os estados, assim como o Distrito Federal, produzem feijão, mas cerca de 60% da produção brasileira está concentrada em quatro estados: Paraná (22% e 630 mil toneladas), Minas Gerais (18% e 535 mil toneladas), Goiás (12% e 341 mil toneladas) e Mato Grosso (10% e 278 mil toneladas). Destaque também para a produção de São Paulo (264 mil t), Bahia (179 mil t), Ceará (110 mil t) e Santa Catarina (108 mil t). Os dados são do IBGE.

Por Sindiveg

AGRONEWS – Informação para quem produz

Share
Published by
Vicente Delgado

Recent Posts

  • Notícias

Goiás e Rede ILPF assinam acordo para fortalecer o Sistema ILPF no estado

A Associação Rede ILPF e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)…

2 horas ago
  • Notícias

1ª Feira da Agricultura Familiar do Vale do Rio Cuiabá acontece neste sábado(05)

Evento visa o fortalecimento da cadeia produtiva de origem familiar e o reconhecimento do trabalho…

3 horas ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Dólar forte sustenta preços, mas mercado do algodão segue atento às incertezas econômicas globais

Exportação em Mato Grosso, valorização impulsionada pelo dólar contrasta com queda mensal das paridades As…

13 horas ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Soja: prêmios caem na semana, mas acumulam alta expressiva no ano

No mercado da soja, desvalorização semanal nos portos de Santos e Paranaguá contrasta com forte…

1 dia ago
  • Dicas de Especialistas
  • Embrapa
  • Notícias

Tecnoshow Comigo: Embrapa vai participar com lançamentos e inovações para os sistemas agrícolas

Durante a Tecnoshow Comigo 2025, a ser realizado entre 07 a 11 de abril de…

1 dia ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Boi: Mato Grosso bate recorde no abate de bovinos e amplia participação no cenário nacional

Crescimento expressivo impulsiona setor e reforça protagonismo do estado na pecuária brasileira A pecuária registrou…

1 dia ago