Movimentação no mercado de etanol desacelera fortemente com retração dos compradores e aumento da oferta, pressionando cotações e redefinindo estratégias no setor
O mercado de etanol vive mais uma semana de forte retração nas negociações, refletindo o avanço consistente da moagem de cana-de-açúcar e o consequente aumento da oferta no mercado.
Dados atualizados do Cepea revelam que, entre os dias 19 e 23 de maio, o volume de etanol hidratado comercializado despencou impressionantes 46% em comparação com a semana anterior. Esse movimento reflete a postura cada vez mais cautelosa dos compradores, que, atentos ao cenário de maior disponibilidade do biocombustível, optaram por segurar negociações na expectativa de preços mais baixos.
O ambiente de incerteza tem levado distribuidores e outros agentes do mercado a adotar uma estratégia de espera, buscando vantagens no momento de fechar os contratos.
Usinas cedem à pressão do mercado, reduzem preços e confirmam tendência de queda tanto para o etanol hidratado quanto para o anidro
Diante dessa postura mais conservadora por parte da demanda e da intensificação da moagem, algumas usinas, pressionadas pela necessidade de escoar seus estoques, acabaram cedendo nas negociações e ofertaram seus volumes de etanol a preços mais competitivos. Essa dinâmica de mercado refletiu diretamente nos indicadores de preços.
Segundo levantamento do Cepea/Esalq, o preço médio do etanol hidratado fechou a última semana em R$ 2,6860 por litro — já líquido de ICMS e PIS/Cofins —, representando uma queda de 0,81% na comparação com a semana anterior. No caso do etanol anidro, usado na mistura com a gasolina, o recuo foi praticamente o mesmo: 0,79%, com o indicador sendo cotado a R$ 3,1067 por litro, também líquido de tributos.
Esse comportamento sinaliza que, pelo menos no curto prazo, a pressão sobre os preços deve permanecer, especialmente enquanto a moagem seguir em ritmo acelerado e a oferta continuar robusta.
Cenário desafia o setor: estratégia, cautela e observação das tendências climáticas serão cruciais nas próximas semanas
O atual cenário impõe desafios relevantes tanto para as usinas quanto para os agentes de mercado. De um lado, o avanço da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país garante maior disponibilidade de etanol, o que naturalmente gera pressão sobre os preços. Por outro, a postura dos compradores, adotando uma estratégia de espera, acaba acentuando essa tendência de desvalorização, especialmente em um contexto onde a demanda não cresce na mesma proporção que a oferta.
Para o setor sucroenergético, os próximos movimentos serão decisivos. A evolução das condições climáticas, o comportamento dos preços do açúcar no mercado internacional e as políticas relacionadas aos combustíveis no Brasil podem alterar esse cenário. Até lá, cautela, análise precisa dos custos operacionais e capacidade de negociação serão peças-chave para que as usinas consigam enfrentar este momento de retração sem comprometer suas margens e sua sustentabilidade financeira. Clique aqui e acompanhe diariamente o mercado.
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