Pesquisadores do CiCarne – Centro de Inteligência da Carne Bovina da Embrapa, avaliam os efeitos da suspensão das exportações de carne bovina da Argentina para o Brasil. Segundo informam os especialistas, esta suspensão vai gerar: oportunidades de aumento das exportações, tanto para China como para mercados premium, valorização da arroba do boi gordo e pressão sobre o preço das carne no mercado interno foram alguns pontos identificados, confira a análise.
O Governo da Argentina suspendeu em maio as exportações de carne bovina pelo período inicial de 30 dias, surpreendendo os seus produtores e suas indústrias frigoríficas. A medida tem como objetivo controlar o aumento de preços do produto no mercado interno e seu peso sobre a inflação que atinge o país. O Ministério de Desenvolvimento Produtivo da Argentina informou que “em decorrência do aumento sustentado do preço da carne bovina no mercado interno” foi decidido implementar um conjunto de medidas “emergenciais” destinadas a “ordenar o funcionamento do setor“.
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A Argentina é um dos países com maior consumo de carne bovina, mas a demanda caiu ao mínimo histórico devido à situação econômica – a inflação acumulada nos primeiros quatro meses do ano foi de 17,6%. Os argentinos consomem atualmente em média 49,2 quilos de carne bovina por ano, contra o pico de 69,3 quilos registrado em abril de 2009, segundo a Câmara de Indústria e Comércio de Carnes. Os preços dos diferentes cortes de carne bovina aumentaram 65,3% em abril no país, na comparação com o mesmo mês em 2020, segundo o Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (INPEVA).
Esta não é a primeira vez que a Argentina usa deste expediente. Em 2006, o País viveu uma situação semelhante na tentativa de controlar sua inflação. Os reflexos foram negativos para a cadeia produtiva, gerando diminuição no efetivo bovino na ordem de 12 milhões de cabeças, não recuperado até hoje. Neste período, a Argentina deixou de atender mercados internacionais essenciais para o seu negócio, alguns até hoje não foram recuperados.
Em 2020, as exportações argentinas de carne foram de 770.000 toneladas de equivalente carcaça. Os principais destinos foram China, Alemanha e Israel, segundo o instituto de estatísticas Indec. A Argentina é o quarto maior exportador mundial de carne bovina, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O principal comprador da carne argentina é a China, que adquire a carne classificada como ingrediente, uma carne congelada destinada ao processo industrial. As carnes mais nobres, classificadas como premium, têm como destino principal a Europa.
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A saída da Argentina do mercado global de carne bovina, mesmo que temporariamente, poderá afetar a cadeia produtiva da carne bovina brasileira nos seguintes aspectos:
O CiCarne trabalha com dois objetivos primordiais. Promover a antenagem, captura e análise de sinais e tendências de desdobramentos tecnológicos e do mercado de inovações relevantes à tomada de decisão dos stakeholders envolvidos na cadeia produtiva da carne bovina brasileira. Produzir, sistematizar e dispor informações e dados de maneira organizada visando a melhor coordenação da cadeia produtiva da carne bovina brasileira promovendo ganhos competitivos para seus stakeholders.
Por: Guilherme Cunha Malafaia* / Sergio Raposo de Medeiros** / Fernando Rodrigues Teixeira Dias*** – pesquisadores CiCarne
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