A produção de tilápia e toda sua cadeia produtiva é uma das atividades da piscicultura que mais crescem no mundo. Segundo o Relatório Anual da FAO – (SOFIA, 2018) – a produção pesqueira mundial, incluindo: peixes, crustáceos, moluscos e outros animais aquáticos, foi de 171 milhões de toneladas, com um valor comercial de US$ 362 milhões de dólares.
Os peixes de água doce e salgada contribuíram com 54.1 % milhões de toneladas. A tilápia participou com 4.5 milhões de t, ou seja 8.8 % da produção mundial. Essa produção exuberante, principalmente, nos trópicos, só foi possível graças ao melhoramento genético das espécies e os avanços científicos tecnológicos da biotecnologia, destacando nesse particular a reprodução artificial muito desenvolvida na China, Japão, Índia, Tailândia e no Egito, os grandes produtores internacionais.
A aquicultura pode ser praticada em diferentes sistemas de cultivo, os quais variam de intensidade conforme a densidade de animais por metro cúbico de água, tipo de ração, fluxo de água ou mesmo o reuso da mesma. Quando temos a necessidade de reutilizar a água do cultivo, seja por sua pouca disponibilidade, preocupações com a poluição dos mananciais ou mesmo por competição por outros usos numa determinada bacia hidrográfica, temos motivos de sobra para a utilização de Sistemas de Recirculação de Água (do inglês, Recirculating Aquaculture Systems – RAS).
Os Sistemas de Recirculação de Água visam o reuso da água de cultivo após o seu devido tratamento.
Seu potencial vem sendo aplicado a cultivos de diversas espécies e em diversas fases de crescimento pelo mundo todo há mais de 40 anos (TIMMONS e EBELING, 2013). Normalmente são recomendados para altas densidades de cultivo, pois apresentam custos de implantação em geral mais altos quando comparados aos sistemas de fluxo aberto ou sem tratamento da água residuária. A exceção é feita para o cultivo de peixes ornamentais ou mesmo para a manutenção dos mesmos. Neste último, os requisitos de qualidade de água são tais que justificam os gastos com a implantação do RAS.
Muitas espécies já são cultivadas em sistemas com recirculação da água tratada como trutas, tilápias, bagres, salmão, enguias, linguados, camarão, entre outras.
Podemos enumerar algumas vantagens dos RAS reportadas por diversos pesquisadores da área, tais como (TIMMONS e EBELING, 2013; DAVIDSON et al., 2016):
Contudo, há também desvantagens. A principal delas é o alto custo de investimento, além da grande dependência de energia elétrica, com fornecimento de oxigênio dissolvido e da necessidade de monitoramento rigoroso, com mão de obra qualificada para tal. Mas há alguns projetos que conseguem entregar um custo – benefício interessante e portanto valem a pena ser considerados. (veja no final da matéria)
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Podemos observar que as vantagens parecem ser muito atraentes e nos perguntamos: por que o Brasil ainda não utiliza esta tecnologia? A resposta é: o Brasil já possui RAS implantado e operando. No entanto, o número de RAS é ainda muito pequeno quando comparamos aos países europeus, por exemplo. No Brasil, os sistemas de cultivo com recirculação de água são utilizados principalmente nos laboratórios comerciais de reprodução, no cultivo de tilápia e alguns peixes ornamentais, nos aquários públicos e privados. Além disso, muitos laboratórios de pesquisa já realizam seus experimentos utilizando RAS.
De maneira simplificada, o cultivo com utilização de RAS é nada mais que acoplar um sistema de tratamento dos efluentes gerados no próprio cultivo ao fluxo de água que passa pelos tanques, fazendo com que haja o reuso da mesma no próprio cultivo, sem, portanto, o descarte contínuo das águas residuárias no meio ambiente. Para se alcançar esse objetivo faz-se necessário dimensionar uma série de equipamentos e unidades de tratamento de água, tais como decantadores ou sedimentadores, filtros mecânicos, filtros biológicos ou biofiltros, fracionadores de espumas (também conhecidos pelo seu nome em inglês, skimmers), sistema ultravioleta, sistema de ozonização, entre outros. Esses equipamentos podem ser combinados de acordo com a densidade de cultivo aplicada, além da disponibilidade de investimento. Em geral, quanto maior for a necessidade de água clara, isenta de partículas orgânicas, nitrogênio amoniacal e patógenos, mais componentes o RAS poderá ter.
Abaixo você confere os caminhos que a água percorre em um sistema de recirculação e aquaponia.
As maiores perspectivas de implantação de RAS no Brasil estão diretamente vinculadas a disponibilidade de água de boa qualidade para o cultivo.
Uma vez que o aquicultor fizer a conta que vale mais a pena recircular a água do que gastar com insumos para deixá-la dentro dos padrões de qualidade para o cultivo, valerá a pena investir na propriedade para recuperar a qualidade da água inicial e dar sequência a novos cultivos com a água tratada. Além disso, a cobrança pelo uso da água e o lançamento de efluentes, cujas leis já existem (mais que ainda não são aplicadas em muitos estados brasileiros), fazem com que não se tenha um custo financeiro pela captação da água para os cultivos.
De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization – United Nations), a projeção para os próximos anos e décadas é para um grande aumento no consumo e produção de pescados com forte crescimento projetado na América Latina (+ 33%), África (+37%), Oceania (+28%) e Ásia (+20%).
Com a previsão de um crescente aumento na demanda por alimentos, e as fortes pressões ambientais sob produções menos eficientes e que demandam grandes recursos, o Sistema RAS garante uma produção mensal constante com previsibilidade de custos e receitas.
A medida que os processos de produção Agropecuários se tornam processos mais industrializados, competitivos e padronizados, a produção em Sistemas de Recirculação de Água (RAS) se apresentam como uma ótima alternativa de receita e lucros previsíveis.
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Problemas operacionais e dificuldades na comercialização são minimizados quando se utilizado de informações precisas e atualizadas de Investimentos necessários, Custos Fixos e Operacionais e Previsibilidade de Colheita/Despesca e Receitas Líquidas.
* Com informações de Aquaculturebrasil.
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