Encontro discute padronização de métodos para experimentos com agricultura de precisão

Pesquisadores de 15 unidades da Embrapa, três universidades e representantes de empresas de prestação de serviço estão reunidos em São Carlos (SP) para discutir e definir metodologias comuns, que deverão ser adotadas nos campos experimentais e em áreas de produção comercial da fase 3 da Rede de Agricultura de Precisão.

O encontro ocorre de 4 a 7, no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre), que tem a gestão compartilhada por dois Centros de Pesquisa da Embrapa na cidade – Instrumentação e Pecuária Sudeste.

Neste primeiro workshop, dos dois previstos ainda para este semestre, a proposta é focar na discussão dos procedimentos mínimos para amostragem e análise de atributos físicos e químicos dos solos, considerando peculiaridades das diferentes culturas, sistemas produtivos, regiões e projetos que compõe a rede.

Entre os processos destacam-se a definição de técnicas e métodos que serão empregados, a quantificação de amostras, caracterização do local, época, padronização do uso de equipamento e softwares, metodologias de interpolação e geração de mapas, uso de sensoriamento e mapas de produtividade, entre outras informações fundamentais para comparação e descrição de dados.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Luís Henrique Bassoi, nesta nova fase da rede é preciso estabelecer protocolos para a obtenção de mapas de solos de uma forma mais padronizada nos diferentes locais.

“Assim, espera-se o estabelecimento de um conjunto de procedimentos e recomendações técnicas para uso nas unidades pilotos na fase 3 da Rede AP, garantir maior uniformidade e padronização dos mapas e dos dados de solos, facilitando a comparação e compartilhamento de informações entre as unidades pilotos”, explica.

Programação

Organizado pelo líder da Rede de Agricultura de Precisão, Ricardo Inamasu, e Carlos M. P Vaz, ambos pesquisadores da Embrapa Instrumentação, e Luciano Shozo Shiratsuchi da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop – MT), a programação dos quatro dias do workshop é intensa e envolve discussões no período da manhã e da tarde, além de treinamentos.

No primeiro dia está prevista a apresentação de uma retrospectiva geral das metodologias de amostragem dos atributos físicos do solo utilizados na fase 2 da Rede de Agricultura de Precisão; discussão de estratégias de amostragem e mapeamentos previstos para os projetos de tecnologias habilitadoras da fase 3, que têm o objetivo de fornecer soluções tecnológicas que viabilizem a implementação rápida e eficaz da agricultura de precisão em diferentes sistemas de produção.

Serão abordados também uma discussão sobre métodos de amostragem e análise de atributos físicos do solo e planta, que envolvem textura, densidade, umidade, condutividade elétrica aparente, resistência à penetração e sensoriamento proximal de solo e técnicas de monitoramento digital do solo; métodos de amostragem e analíticos; atributos mínimos e mapeamento pedológico clássico na escala das unidades piloto.
No segundo dia, a pauta será focada em modelo digital de terreno e dados topográficos de interesse na AP; padronização de ferramentas e técnicas de geoestatística; mapeamento da produtividade com o uso de máquinas e sensores; mapeamento da produtividade por estimativa/amostragem; amostragem para o mapeamento de nematoides; estratégias para o mapeamento de pragas em AP; procedimentos para a definição de zonas de manejo.

Estão previstas ainda discussões sobre estratégias de aplicação à taxa variada; considerações sobre as variáveis a serem utilizadas nos modelos de avaliação de impacto da AP; discussões visando a padronização da amostragem de solo para o mapeamento de atributos físicos e químicos envolvendo geolocalização das amostragens e que considere ainda as características de culturas, sistemas de plantio, condição hídrica do solo, entre outros fundamentais para viabilizar a construção de uma base de informação com todos os experimentos da rede.

O terceiro dia está reservado à apresentação da visão das empresas de consultoria no mapeamento e intervenção; definição das ações de padronização dos projetos habilitadores; geração de documentos, interfaces com workshops de procedimentos mínimos, novas ações e reuniões de gestão. Para o último dia, a programação prevê treinamentos – amostragens, equipamentos e softwares – e reuniões entre os membros.

Avanço do conhecimento

Inamasu diz que a fase 2 da rede cumpriu importante papel para a consolidação do conceito sobre agricultura de precisão (AP) e de avanço do conhecimento, ao gerar metodologias e informações que servirão como elementos para o desenvolvimento, adaptação e teste de máquinas, implementos e equipamentos.

Ele acredita ainda que a rede contribuiu para quebrar barreiras e ampliar o potencial de impacto da AP para além dos grãos e das grandes propriedades, bem como utilizar, de forma efetiva, os conhecimentos agronômicos e ambientais, até então mais restritos às tecnologias de máquinas e de eletrônica embarcada.

Com conceitos consolidados, o coordenador da Rede AP lembra que novos desafios estão à frente, especialmente, para transformar os conhecimentos gerados em tecnologias simples que possam ser apropriadas pelo sistema produtivo, de modo que técnicas de AP sejam adotadas por grandes e pequenos produtores e, dessa forma, gerem impactos importantes nos sistemas produtivos.

Fase 3

Para tentar vencer esses desafios, Inamasu explica que a terceira fase da Rede AP – que faz parte do Macroprograma 1 – conta com 23 unidades da Embrapa, 14 instituições parceiras, entre elas, universidades nacionais e internacionais, totalizando 122 colaboradores.

A rede de pesquisa da Embrapa está estruturada em cinco projetos técnicos, três com escopo em tecnologias habilitadoras, um centrado em tecnologias com potencial disruptivo e outro nas chamadas “portadoras de futuro”, além de dois projetos de gestão.

Share
Published by
Vicente Delgado

Recent Posts

Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja

A queda é explicada, principalmente, pelo fim da colheita da soja. Porém a proximidade de…

2 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo: chuvas persistem em algumas regiões do país

Áreas da Bahia e atingem Sergipe neste fim de semana, na região o Recôncavo Baiano,…

2 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Mercado do algodão: Bolsa de NY sobe, confira!

Contratos de julho e dezembro de 2025 registram alta na Bolsa de Nova York, impulsionados…

2 dias ago
  • Notícias
  • Previsão do tempo

Previsão do tempo: como será o clima no Brasil em maio?

A previsão do tempo indica chuvas concentradas no Norte do país e áreas do leste…

5 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Cotações da soja no Brasil recuam

Em meio a tensões cambiais e expectativas energéticas, farelo e óleo de soja apresentam movimentos…

5 dias ago
  • Mercado Financeiro
  • Notícias

Alta no preço do bezerro em Mato Grosso, confira!

Após meses de estabilidade, o mercado do bezerro em Mato Grosso surpreendeu com uma valorização…

5 dias ago