Com exportações aquecidas e reposição valorizada, pecuaristas se beneficiam da conjuntura positiva em abril, enquanto o consumo interno também dá sinais de resistência e reforça o cenário otimista para arroba do boi
Abril tem sido um mês de boas notícias para os pecuaristas. A firmeza nos preços do boi gordo e da carne bovina no atacado reflete uma combinação de fatores que sustentam o mercado em patamares elevados. Um dos principais motores dessa estabilidade é o bom desempenho das exportações, que seguem robustas e consistentes, garantindo escoamento significativo da produção nacional.
Além disso, o levantamento diário realizado por consultorias especializadas revela uma constante: em diversas regiões monitoradas do país, a demanda por animais prontos para abate tem superado levemente a oferta disponível, criando um cenário de equilíbrio que pende a favor dos produtores.
Esse panorama de procura maior do que a disponibilidade também se estende ao mercado de reposição, especialmente na comercialização de bezerros. A reposição, que costuma antecipar os movimentos do boi gordo, confirma o aquecimento das atividades ao longo da cadeia produtiva.
O reflexo direto disso é o avanço do Indicador do boi gordo CEPEA/ESALQ, que registrou valorização próxima de 2,5% nas primeiras semanas de abril. O valor da arroba, que encerrava março na casa dos R$ 320, agora opera próximo de R$ 327, evidenciando a consistência da alta.
Alta no atacado paulista reforça cenário positivo: carcaça bovina avança 5,5% no mês
No atacado da Grande São Paulo, um dos principais termômetros do consumo interno e das tendências do varejo, a valorização da carne bovina também confirma o momento de firmeza do setor. A carcaça casada, principal referência de precificação no mercado paulista, acumula alta de 5,5% na parcial de abril. O produto está sendo negociado ao redor dos R$ 23 por quilo à vista, um patamar que reforça não apenas a recuperação do poder de barganha dos frigoríficos, mas também sinaliza que o consumidor final, mesmo diante das pressões econômicas, segue absorvendo parte desse reajuste.
Esse movimento aponta para uma conjuntura em que a indústria frigorífica, os pecuaristas e o comércio varejista operam com expectativas otimistas. A sustentação dos preços em plena safra — período em que normalmente há maior oferta e tendência de baixa — indica uma mudança importante no comportamento do mercado.
A combinação entre oferta controlada, reposição valorizada e exportações firmes desenha um cenário em que os fundamentos de oferta e demanda sustentam os preços de forma saudável. Clique aqui e acompanhe diariamente o agro.

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