Essa modalidade empodera o setor agro, oferecendo acesso facilitado e seguro ao crédito, desvinculado das oscilações políticas, e impulsionando um ciclo virtuoso de prosperidade ao gerar economia significativa a médio e longo prazo
Nos últimos anos, o consórcio tem se firmado como uma ferramenta poderosa no setor do agronegócio brasileiro, transformando a maneira como produtores rurais planejam seus investimentos e impulsionam o crescimento de suas propriedades. Longe da antiga imagem de solução para quem não tem acesso a outras formas de crédito, o consórcio hoje atrai um perfil de produtor cada vez mais estratégico, que busca no planejamento financeiro inteligente uma forma de expandir seus negócios de maneira sustentável.
Essa mudança de paradigma é claramente percebida por quem atua no setor, como Vittório Rossi Júnior, diretor comercial e sócio do Consórcio Primo Rossi. Segundo ele, a motivação dos produtores para buscar o consórcio evoluiu significativamente: “Então, temos os dois motivos, né? Ele vem com dificuldade ou ele vem já como uma visão planejada de investimento. Então, não necessariamente a gente tem aquele consumidor ainda que tá vindo por falta de crédito ou por dificuldade de acesso ao crédito. Muitos deles estão vindo como um planejamento já pensando o consórcio como parte da sua inteligência financeira de troca de máquina aquisição“, explica Vittório.
Essa nova perspectiva demonstra que o consórcio deixou de ser o “patinho feio” do mercado de crédito para se tornar uma opção atraente também para grandes empresas e produtores com bom histórico financeiro. A razão é simples: o consórcio oferece uma forma planejada e inteligente de aquisição, sem a incidência de juros altos, com parcelas ajustadas e a flexibilidade de complementar a compra com outras fontes de recursos, como financiamento ou capital próprio, conforme a economia se apresenta.
Os números do setor endossam essa crescente atratividade. O consórcio já representa cerca de 10% das vendas da marca Case IH por exemplo, com foco principal em tratores. É apontado como uma opção viável e segura para produtores de todos os portes, seja para a aquisição do primeiro equipamento ou para a modernização de grandes frotas, oferecendo acesso fácil e rápido ao crédito sem depender de políticas públicas. “É super atrativo. É uma ferramenta muito importante, e a gente já tem 10% da população ativa do mercado já em consórcio. Então, são bilhões de reais circulando no setor de consórcios e não só do sistema agrícola, né? Carro, moto, imóveis, serviços e tratores pesados, caminhões“, complementa o diretor comercial. O Consórcio Nacional Case IH se destaca no mercado de consórcios para o agronegócio, sendo administrado pela Primo Rossi.
O sucesso do consórcio tem gerado um “ciclo virtuoso”, onde empresas e produtores fortes se tornam ainda mais fortes devido à economia gerada a médio e longo prazo. “Assim, consórcio virou um produto não mais nichado, é um produto já que tá sendo ofertado até por grandes bancos como investimento, não necessariamente para aquisição de bens, mas para como ver o seu dinheiro numa cesta de investimentos também utilizando consórcio para isso“. Essa abrangência demonstra a consolidação do consórcio como um produto financeiro relevante em diversos segmentos da economia.
Mas o que impulsionou esse crescimento nos últimos anos? Para Vitório, um fator crucial foi o aumento da transparência no mercado. “Eu acredito que ele tá mais transparente. Houve um saneamento muito grande de mercado em relação aos players. Você tinha um volume talvez de 600 administradoras há 20 anos atrás, hoje são em torno de 130. A entrada dos bancos também foi muito importante, que acabou dando mais credibilidade para todo o processo. E esse processo tá mais maduro, pois é o Banco Central que toma conta do consórcio“. A supervisão do Banco Central, antes realizada de forma menos direta pela Receita Federal, trouxe mais segurança e controle para o sistema, elevando a confiança dos consumidores. Além disso, o mercado tem se mostrado mais preocupado com a experiência do consumidor.
A disseminação da informação e a credibilidade das administradoras também desempenham um papel fundamental na decisão dos produtores. Embora feiras e eventos agrícolas, como a Tecnosho Comigo e outras, sejam importantes para a divulgação, Vittório acredita que a informação está cada vez mais acessível no meio digital. No entanto, a escolha da administradora recai principalmente sobre a credibilidade. “Então você pega uma administradora como a Primo Rossi, que é uma das primeiras junto com a Rodobens, a gente tem 60 anos de mercado, tem um histórico muito bom, a gente foi eleito entre as três melhores administradoras pelo Reclame Aqui no ano passado. Então esse é o ponto principal. Na hora da escolha, eles [produtores] querem ver quem tá fazendo a gestão“, avalia. Outros fatores importantes incluem o valor da prestação e a garantia de entrega do bem.
Para os concessionários Case IH, o consórcio representa uma oportunidade de formar uma carteira futura de vendas e uma forma de evitar o alto custo de estoque, já que existem máquinas disponíveis para entrega imediata. Atualmente, a Case IH está realizando a segunda edição da “Promoção Consórcio Premiado“, na qual serão sorteados 6 tratores de graça para cotas adquiridas entre junho de 2024 e 30 de junho de 2025.
Vittório Rossi revela que regiões como Mato Grosso e Goiás têm se destacado na adesão ao consórcio no setor agrícola. “É, o Mato Grosso e Goiás já entraram totalmente nesse negócio, né? São nossos maiores parceiros“, finaliza o diretor comercial. Essa forte presença em importantes polos do agronegócio brasileiro reforça a relevância do consórcio como ferramenta de desenvolvimento e modernização do campo.
Como podemos perceber, o consórcio no agronegócio passou por uma significativa evolução, consolidando-se como uma opção estratégica para o planejamento financeiro e a aquisição de bens e serviços. A transparência do sistema, a credibilidade das administradoras e a mudança na percepção dos produtores, que veem o consórcio como uma ferramenta de inteligência financeira, impulsionam um crescimento consistente e promissor para o setor.
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