O cenário do confinamento de bovinos em Mato Grosso para 2025 já começa a se desenhar com uma perspectiva menos otimista que nos anos anteriores
Segundo o primeiro levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), realizado em abril de 2025, cerca de 69,57% dos pecuaristas entrevistados demonstraram intenção de confinar bovinos ao longo do ano. Apesar de esse número representar a maioria dos produtores, a estimativa total de animais terminados em regime intensivo caiu para 669,44 mil cabeças – uma retração de 7,65% em comparação com o mesmo período de 2024.
A principal concentração de lotes confinados deve ocorrer no segundo trimestre do ano, contrariando o comportamento tradicional dos últimos ciclos, nos quais os giros de confinamento se concentravam mais fortemente no segundo semestre. A mudança indica um ajuste estratégico por parte dos pecuaristas diante de incertezas de mercado, custos operacionais crescentes e flutuações nos preços do boi gordo.
O avanço nos custos de produção é uma das variáveis mais críticas para os confinadores neste ano. A diária por cabeça no confinamento teve elevação expressiva, saltando de R$ 11,84 para R$ 12,42, em função, sobretudo, do encarecimento do milho. O grão, insumo fundamental na dieta dos bovinos confinados, valorizou 44,24% em função da menor oferta registrada na safra 2023/24.
Em abril, o milho foi cotado, em média, a R$ 71,66 a saca. Com isso, a relação de troca boi-milho — um dos principais indicadores de viabilidade da terminação intensiva — caiu para 4,42 sacas por arroba, frente às 5,41 sacas registradas no mesmo mês de 2024, o que representa uma perda de 18,30% no poder de compra do pecuarista.
Paralelamente, os altos custos de reposição de animais e de outros insumos estratégicos continuam figurando entre as maiores preocupações para os produtores que trabalham com confinamento, desestimulando novas adesões ou ampliações nas operações já existentes. Clique aqui e acompanhe o agro diariamente.
Mercado Financeiro
- Retraiu: o preço do garrote de 9,5@ recuou 3,14% no comparativo semanal, sendo cotado a R$ 371,96/@, refletindo a fraca demanda pela categoria;
- Arroba do boi gordo: em virtude da alta oferta, o preço da arroba do boi gordo a prazo no Mato Grosso retraiu 4,51% na semana passada, cotado em média a R$ 300,37/@;
- Abaixou: o bezerro de 7@ apresentou desvalorização por mais uma semana consecutiva, cotado a R$ 13,70/kg, redução de 2,15% no comparativo semanal.

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