Com valorização do dólar, Brasil é o menos prejudicado pela queda do açúcar

O presidente da Datagro, Plinio Nastari, afirmou nesta quarta-feira, 22, que a valorização do dólar no Brasil faz com que o País seja menos prejudicado entre os grandes produtores de açúcar pela queda dos preços da commodity, superior a 30% em um ano

Como o açúcar é negociado em dólar no mercado global, a valorização da moeda norte-americana ante o real, de 5,2% em um mês e de 23,3% no ano, deu mais competitividade aos produtores locais em relação aos concorrentes.

Entre os outros grandes produtores, nos mesmos períodos, o euro se desvalorizou 2,4% e 5,3%, respectivamente, a rupia indiana 2,3% e 9,6%, e o bath tailandês teve desvalorização de apenas 0,2% no mês e de 2,5% no ano.

Nastari, no entanto, considera que os preços futuros do açúcar convertidos para real seguem muito baixos no curto prazo, entre R$ 870 e R$ 880 por tonelada, mas chegam a R$ 1.200 por tonelada para fixações para um prazo de dois anos.

A forte estiagem no Centro-Sul do Brasil, principalmente em São Paulo, deve fazer com que usinas encerrem a colheita e o processamento de cana-de-açúcar da safra 2018/2019, em média, 20 dias antes do que em 2017/2018. O levantamento, feito pela Datagro Consultoria com 124 usinas – responsáveis pela moagem de 305 milhões de toneladas -, mostra que 107 delas vão finalizar as operações entre 5 dias e mais de 40 dias antes este ano. “As usinas que preveem um encerramento mais tarde só o farão para usar o máximo a capacidade de produção e destilação para o etanol”, disse Plinio Nastari, presidente da Datagro.

Em relação à safra, segundo ele, com a seca o desenvolvimento das lavouras também é lento e o início da moagem da safra 2019/2020, normalmente entre março e abril, deve atrasar. Com o processamento da atual safra adiantado e a produção prioritária de etanol, Nastari estima que a relação entre estoques e consumo do biocombustível esteja 31 dias acima do que era no ano passado “mas esse estoque é necessário para enfrentar (o consumo) com a entressafra mais longa”, disse.

O presidente da Datagro afirmou que ainda é cedo para avaliar se a safra 2019/2020 será menor que a atual, porque o desenvolvimento das lavouras vai depender das chuvas, da insolação, e da intensidade de renovação de canaviais.

Fonte: Dinheiro Rural

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Vicente Delgado

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