Com recursos esgotando dos planos federais, produtor vai ter que ir a mercado com juros de dois dígitos

A taxa Selic, de juros básicos, será mais uma vez aumentada no começo de fevereiro e tem muito produtor rural que precisa de recursos e terão que recorrer a bancos

Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®

O aumento da taxa de juros Selic começa a empurrar cada vez mais para cima do produtor, em todos os campos de negócios, as preocupações com o custo do dinheiro.

Depois de sete altas, na próxima reunião do Copom, do Banco Central, dias 1 e 2 de fevereiro, está sendo esperada nova rodada de aumento, em 1,50 ponto percentual.

Serão juros de dois dígitos. Sai de 9,25% ao ano para 10,75%.

O combate à inflação, depois do estouro de quase 5% da meta de 2021, que fechou em mais de 10% (IPCA), tolhe a iniciativa privada de dinheiro mais barato para investir, num momento de retomada da economia ainda sob suspeita geral, seja pela covid, seja pelas eleições presidenciais.

Desse modo, o produto rural é um dos mais atingidos.

Os números de contratação de crédito subsidiado, nos vários programas governamentais, como o Plano Safra, mostram avanço. E o risco de esgotar a grana é real.

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Se muitos agricultores e pecuaristas já tinham que recorrer a bancos para somar com o que conseguia nos programas, ou tomar integralmente no mercado aqueles que não conseguiam no crédito público, agora deverá ser maior com o caixa mais baixo do governo.

Mas como pegar dinheiro no mercado com os juros básicos da economia encarecendo o crédito?

Boa pergunta.

Não tem como escapar dos juros livres, ou privados, quando se há necessidade de investimentos na produção, em um momento de elevação de custos cada vez maior.

Ou se diminui o manejo e tratos culturais, ou se compra menos máquinas, ou…. Enfim, algum risco para a qualidade da produção existe.

Naturalmente, há um grande número de produtores bem capitalizados, com caixa forte – especialmente aqueles que não dependem muito de produtos que estão em baixa, como milho.

Esses conseguem bancar o custo dos juros, quando não, até pela força que possuem no mercado, têm poder de negociação maior com os bancos, além de cadastro muito positivo.

Mas há um número elevado de outros que terão dificuldades para acessar o financiamento bancário.

Seja com juros no teto, seja porque não apresentam um histórico bancário e produtivo que ilumine os olhos dos gerentes.

É verdade, também, que para 2022, a compra de insumos – entre os itens de maior pressão ao produtor – já foi feita.

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Porém, o produtor já está carregando os custos que vinham altos desde o começo de 2021, e muitos ainda estão pagando as aquisições de 2020. De modo, que eles contam com a entrada de divisas para necessidades antigas, também.

E nem todos conseguiram travar bem esses custos com fixações de preços de seus produtos.

Só que o produtor não vive de uma só safra, além do mais sempre há necessidade de alguma reposição ou manutenção de equipamentos para as próximas safras.

Portanto, o que resta de esperança é que o clima ajude e os preços de comercialização compensem.

Porque não há muito o que o produtor possa fazer.

AGRONEWS® é informação para quem produz

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Vicente Delgado

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