Fenômeno climático prolonga a qualidade das pastagens, posterga a pressão de oferta e pode manter os preços do boi gordo em patamar mais estável durante o mês de maio, historicamente conhecido por retrações nos valores
Maio sempre chega com um alerta aceso no mercado do boi: tradicionalmente, é o período em que os preços do boi gordo tendem a recuar, impulsionados pela pressão de oferta provocada pela necessidade dos pecuaristas de ajustar a lotação dos pastos, diante do início da estiagem. Esse movimento, bem conhecido por quem acompanha a cadeia produtiva da carne bovina, faz com que muitos produtores se antecipem nas vendas, o que geralmente contribui para uma redução nos valores pagos pela arroba do boi.
De acordo com séries históricas analisadas pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os preços registrados em maio costumam ser, em média, 0,81% inferiores aos de abril. Ainda que, em alguns anos, esse comportamento tenha sido quebrado por variações positivas, essas altas foram discretas, quase simbólicas, sem grande impacto para o produtor.
Em 2025, no entanto, o cenário pode surpreender positivamente os produtores. A continuidade das chuvas em regiões estratégicas como Mato Grosso tem alterado o ritmo natural do mercado do boi. Com as pastagens ainda vigorosas e bem nutridas, os pecuaristas estão conseguindo postergar o descarte dos animais, reduzindo momentaneamente a pressão de oferta sobre os frigoríficos.
Esse fator climático, aparentemente simples, pode se transformar em um importante diferencial competitivo, sustentando os preços da arroba num período em que, tradicionalmente, o mercado trabalha com retrações. O reflexo direto é a possibilidade de manutenção de margens mais saudáveis, em especial para quem apostou em uma gestão eficiente do pasto e do rebanho.
E mais: com a oferta controlada, a expectativa é que os preços permaneçam mais firmes até que a estiagem realmente se consolide e o volume de gado para abate volte a crescer de forma mais expressiva.
Mesmo com o comportamento tradicionalmente pressionado de maio, a história mostra que o segundo semestre costuma trazer alento para o mercado do boi.
A análise de dados do Imea revela que os preços da arroba em outubro apresentam, em média, uma valorização de 5,89% em relação aos valores praticados em maio. Esse padrão de recuperação, associado à atual conjuntura climática, reforça a importância de um planejamento estratégico por parte do pecuarista. Aqueles que conseguirem manter os animais no pasto por mais tempo — beneficiados pelas chuvas — e souberem administrar bem a saída gradual do rebanho, poderão acessar melhores preços ao longo do segundo semestre.
Com isso, o ano de 2025 pode reservar surpresas positivas para quem agir com cautela, eficiência e visão de mercado do boi. Clique aqui e acompanhe o mercado financeiro.
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