China pode reduzir ainda mais importação de frango em 2019

Nas previsões do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) a produção chinesa de carne de frango do corrente exercício tende a aumentar perto de 1% em relação a 2017, ficando em torno dos 11,7 milhões de toneladas. Para o ano que vem são previstos 12 milhões de toneladas, 2,5% a mais que em 2018.

A despeito do possível aumento em 2018, a produção chinesa continuará aquém da que o USDA estimou para 2008, ano em que apontou volume de carne de frango em torno dos 11,850 milhões de toneladas. Ou seja: é uma década perdida sob os efeitos diretos e indiretos da Influenza Aviária. Diretos, pelo registro da doença em praticamente todo o território chinês; indiretos, devido à interrupção da importação de reprodutoras de países afetados pela doença.

Mas o que importa, mesmo, é conhecer as tendências chinesas de importação de carne de frango, já que o país vem sendo, isoladamente, o segundo maior importador do produto brasileiro (11% do total exportado nos oito primeiros meses de 2018). Ou o primeiro, se consideradas, também, as exportações destinadas a Hong Kong, com o que a participação chinesa nas importações do Brasil sobe para quase 17% do volume e mais de 18% da receita cambial.

Sob esse aspecto, porém, as previsões não são muito otimistas, visto indicarem queda de importação tanto para 2018 (-11,5%), como para 2019 (-7%). E as razões para isso, nas palavras textuais do USDA, são “os atritos comerciais entre a China e seu maior fornecedor de aves, o Brasil”.

A propósito o USDA cita que, em junho passado, o Ministério do Comércio da China começou a impor um depósito de dumping sobre as importações brasileiras, “o que, provavelmente, reduzirá as importações de origem brasileira”. Acrescenta, no entanto, que o volume fornecido pelo Brasil é tão grande que se torna improvável outros países terem condições de preencher a lacuna.

De toda forma não se deve dormir sobre louros. Pois em julho passado o Serviço de Certificação e Acreditação da China habilitou ou reabilitou sete frigoríficos da Tailândia e cinco da Polônia, além de suspender o embargo que mantinha sobre a carne de frango da Alemanha (neste caso, porém, não ocorreu, ainda, nenhuma nova habilitação de estabelecimento exportador).

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Vicente Delgado

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