Produção nacional cresce 3,14% e se aproxima de recorde, enquanto estados do Sul se destacam com volumes inéditos; desafios de custo ainda impactam algumas regiões, como o estado de Mato Grosso
A produção leiteira do Brasil deu um salto expressivo em 2024, consolidando o segundo maior volume de leite captado desde o início da série histórica, em 1997. Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite (PTL), divulgada pelo IBGE, o país registrou um total de 25,37 bilhões de litros coletados ao longo do ano, marcando um avanço de 3,14% na comparação com 2023.
Este desempenho vigoroso reforça a resiliência do setor lácteo nacional, que, mesmo diante de desafios como custos elevados e margens pressionadas, conseguiu ampliar a produção e sustentar uma oferta robusta para o mercado interno e externo.
Os protagonistas desse avanço foram, sem dúvida, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Minas, tradicional líder na produção leiteira, contribuiu com impressionantes 6,32 bilhões de litros, registrando um crescimento de 7,50% em relação ao ano anterior. Já o Paraná, em uma arrancada histórica, alcançou 3,91 bilhões de litros, alta de 7,04%, estabelecendo um novo recorde em sua série. Santa Catarina também brilhou, ao captar 3,29 bilhões de litros e conquistar um avanço de 2,92%, igualmente batendo seu recorde histórico.
Esse desempenho de destaque nos estados do Sul e Sudeste não só impulsiona o volume nacional como também sinaliza uma dinâmica positiva de investimentos em genética, manejo e tecnologia no campo. A adoção de práticas mais eficientes, aliada a condições climáticas mais favoráveis em algumas regiões, colaborou para que esses estados ampliassem sua participação na produção nacional de forma consistente e estratégica.
Na contramão da tendência de alta observada nas principais bacias leiteiras do país, Mato Grosso viveu um cenário de retração preocupante em 2024. O estado, que já vinha enfrentando desafios significativos, encerrou o ano com um total de 372,43 milhões de litros captados — uma queda de 3,48% em comparação com 2023, marcando o menor volume registrado desde 2006.
A participação de Mato Grosso na produção nacional também encolheu: passou de 1,57% em 2023 para apenas 1,47% em 2024, revelando uma perda de representatividade no cenário leiteiro brasileiro.
Entre os principais fatores que explicam essa diminuição está o aumento expressivo dos custos de produção, que pressionou as margens dos produtores mato-grossenses ao longo do ano. Os elevados preços dos insumos, como ração e fertilizantes, somados às despesas com logística e energia, comprometeram a rentabilidade da atividade e desestimularam parte dos produtores locais. Esse contexto exigiu ajustes nas operações e, em muitos casos, levou à redução do ritmo de produção, comprometendo o volume final de captação.
Ainda assim, o desempenho geral do país oferece sinais encorajadores para o futuro da cadeia leiteira. Com a força demonstrada pelos estados mais produtivos e a perspectiva de melhorias no ambiente macroeconômico, o Brasil segue pavimentando seu caminho para não apenas manter sua relevância no mercado interno, mas também expandir sua presença nas exportações de lácteos. Clique aqui e acompanhe diariamente o agronegócio.
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