Boi gordo: desvalorizações e impactos na competitividade internacional

Veja a seguir panorama atual do mercado do boi e projeções para 2024

O ano de 2023 trouxe desafios significativos para o agro, especialmente para o setor da pecuária. A constante desvalorização ao longo do ano levou a arroba do boi registrar a menor cotação entre os principais países produtores até o mês de novembro.

No estado de São Paulo, a arroba do boi gordo encerrou em US$ 47,61, marcando queda de 11,47% em relação a novembro de 2022. No Mato Grosso, a situação não foi diferente, com a arroba sendo cotada a US$ 41,50, representando uma redução de 9,17% no mesmo período comparativo.

Enquanto o Brasil enfrenta desafios, os Estados Unidos (EUA) vivenciam um ciclo de alta, resultando na valorização da arroba norte-americana, que atingiu US$ 106,19 em novembro de 2023, um aumento de expressivos 18,00% em relação ao ano anterior. Essa ascensão beneficia a competitividade brasileira nos mercados importadores.

As projeções do mercado futuro sinalizam uma tendência de queda na relação de troca entre boi e milho em 2024. A incerteza quanto à oferta de grãos da safra 2023/24, impulsionada pelos impactos do El Niño tem reflexos nas cotações do milho, reduzindo a relação boi/milho para o ano seguinte.

Além dos desafios enfrentados pelo setor pecuário, a agricultura lida com os impactos do El Niño, que tem atrasado a semeadura e prejudicado o desenvolvimento das lavouras. Essa situação incerta pode afetar a safra de milho.

A análise do Cepea diz, “As exportações de carne bovina in natura (a todos os destinos) somavam 119,27 mil toneladas até a 3ª semana de novembro, se aproximando do volume total escoado em novembro do ano passado (148,83 mil toneladas), de acordo com dados da Secex. A média diária de embarques está em 10,82 mil toneladas neste mês, 45,41% acima da registrada há um ano”.

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