Boi dispara, sem China (!), mas será que o escoamento atual porá limites?

Nesta coluna: produtor tem condições melhores de negociar boi, mas mercado olha os tetos; melhora nas posições vem do complexo anulando pressão de baixa

Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®

Apesar da entrada da segunda quinzena do mês, período de esfriamento nas compras do consumidor, a chegada da primeira parcela do 13º salário pode continuar dando sustentação as altas do boi.

Nas últimas quase duas semanas, a decisão de consumo melhorou em razão de certa animação na capacidade do consumidor, tanto que ao final da semana passada a carcaça casada no atacado foi a R$ 19/kg (mais R$ 0,50) e deve ter novo reforço nesta.

Mas qual será o limite, porque a situação conjuntural do País não mudou em nada, com a inflação acima do teto da meta, desemprego em 14% e a concorrência de outros gêneros de consumo que o final de ano impõe aos brasileiros?

Os frigoríficos conseguiram repassar parte da valorização abrupta do animal, ainda que não nos níveis desejados ante a elevação de R$ 60 na @, em São Paulo, por exemplo, desde o começo do mês.

E suas margens desapareceram, uma vez que contam praticamente só com o mercado interno limitado e exportações também limitadas para outros mercados, sem a China, ainda distante de retomar as importações.

O boi gordo já está praticamente em níveis pré-vaca louca na faixa de R$ 305 a R$ 310. As condições para o produtor seguir endurecendo as ofertas estão presentes, com o confinamento muito baixo de estoques e a melhora paulatina das pastagens, que as chuvas estão trazendo, possibilitando retenção das vendas.

Vai ter muita queda de braço nos próximos dias, se a China não der as caras novamente, nesse cruzamento entre consumidor-frigorífico-produtor.

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Soja tem anulado as pressões com o viés de alta dos derivados nos EUA

A demanda por grãos de soja para a produção de farelo e óleo nos Estados Unidos desandou a puxar fortes valorizações, depois que atividade comercial abriu as portas no país. Na quinta (18) o movimento de alta continua.

Um pouco mais modesto que na véspera, mas se mantendo acima dos US$ 12,84 o bushel.

Os fatores de maior impulso do processamento americano, com a melhora das margens na energia (no caso, biodiesel), já andavam presentes, apenas temporariamente anulados ontem por realização de lucros. Os derivados sobem exponencialmente, por mais um dia.

E, de certa forma, anulam os vieses de pressão sobre a commodity, como a finalização da boa safra americana e o ritmo acelerado – e recorde – do plantio brasileiro – e em boas condições.

AGRONEWS® – Informação para quem produz

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Vicente Delgado

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