Boi: Com menor oferta, tendência é de preço em alta até o fim do ano

Mesmo com consumo de carne bovina retraído no país, em função da crise econômica, redução no volume de animais disponíveis para abate deve manter cotações aquecidas

A redução da oferta de bois para abate no mercado tem feito o preço da arroba subir, mesmo com o consumo de carne bovina retraído. E a tendência é de que as cotações se mantenham em alta até o fim do ano, de acordo com analista.

Apesar da queda dos preços do grãos, que torna a ração mais barata, a expectativa de confinamento diminuiu no decorrer do ano. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) registrou recuo de 8% na intenção de confinamento de julho, em comparação com o levantamento feito em abril. Na prática, a oferta de bovinos acabou sendo menor do que a esperada, com reflexos no mercado: depois de nove meses consecutivos de queda da cotação da arroba do boi gordo, o preço reagiu no segundo semestre – em julho, o indicador Esalq/BM&FBovespa fechou em R$ 124,50; em setembro, alcançou R$ 143,47.

De acordo com o sócio diretor da Radar Investimentos Leandro Bovo, a recuperação dos preços veio em agosto, mantendo-se um pouco ainda em setembro e outubro, em razão da diminuição da oferta. “O que é natural que aconteça, porque, na época do planejamento do confinamento, o ambiente era de incerteza total. Quem pôde escolher optou por não confinar”, diz.

O consumo também está menor neste ano, por causa da queda do poder aquisitivo da população, de acordo com o diretor administrativo do Sindicato da Indústria do Frio (Sindifrio), Carlos Alberto de Lorenzo. “Em função da crise, houve substituição da carne bovina por outros produtos, como carne de frango, carne suína; o consumidor busca o que cabe no bolso dele”, afirma.

O operador de mercado de boi da Terra Investimentos Elio Micheloni Jr., afirma que somente agora as chuvas começam a se generalizar no país. Dessa maneira, o boi de pasto desta safra, que deveria chegar ao mercado em dezembro, somente deve estar disponível em janeiro ou fevereiro, segundo ele. “A gente pode então ter um vácuo de oferta nesse período, que pode, eventualmente, colocar o preço um pouco mais firme para cima”, afirma Micheloni.

Fonte: Acrimat

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Vicente Delgado

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