A volta de Trump e os impactos para o agronegócio brasileiro em 2025

A reeleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos em 2025 traz consigo um novo cenário de incertezas e transformações para o comércio internacional, com impactos diretos em setores estratégicos como o agronegócio brasileiro.

Neste artigo, vamos abordar os principais impactos para o setor, com base em projeções de mercado elaboradas por membros do GRI Club, líderes do agronegócio e da infraestrutura no Brasil, explorando os rumos do comércio exterior, as oportunidades e os desafios que moldarão o cenário global nos próximos anos. Entre os participantes deste relatório podemos citar: Carlos Kawall, economista-chefe da Oriz, e José Luiz Pimenta, diretor de Relações Governamentais da BMJ, que trouxeram análises sobre os desdobramentos econômicos e regulatórios para o Brasil.

O Cenário Global e o Papel do Brasil

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O Brasil se mantém como um dos principais atores no comércio internacional, impulsionado pela força de suas commodities agrícolas e minerais. No entanto, a volta de Trump à presidência dos EUA introduz incertezas econômicas, especialmente para mercados emergentes. A postura protecionista de Trump, com a possibilidade de tarifas mais duras sobre produtos estrangeiros, pode afetar diretamente as exportações brasileiras, em particular no agronegócio.

Resumidamente podemos dizer que:

Dependência e Vulnerabilidade: O mercado norte-americano é vital para o setor agropecuário brasileiro, absorvendo volumes expressivos de carne bovina, café e suco de laranja. A dependência do Brasil em relação a mercados como EUA e China torna o país mais vulnerável a mudanças nas políticas comerciais de Washington.

Ameaças e Oportunidades: A discussão sobre uma moeda alternativa ao dólar durante a 16ª Cúpula do BRICS e as reservas estratégicas de minerais críticos como lítio e terras raras apresentam tanto desafios quanto oportunidades para o Brasil.

Acordo Mercosul-União Europeia: Uma alternativa estratégica

Diante da postura protecionista americana, a integração comercial entre Mercosul e União Europeia surge como uma alternativa para fortalecer as economias. O acordo pode abrir portas para exportadores brasileiros, reduzindo tarifas e barreiras não tarifárias para produtos agrícolas nos mercados europeus. No entanto, a implementação do acordo enfrenta desafios como a adaptação às exigências ambientais e sanitárias da UE e resistências internas tanto no Mercosul quanto na UE.

Impacto do dólar e oportunidades no setor energético

A valorização do dólar pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, enquanto a transição energética global apresenta oportunidades estratégicas para o Brasil, que possui reservas de minerais críticos e uma matriz energética renovável. Apesar do potencial, o Brasil enfrenta desafios estruturais na extração e processamento desses minerais.

Projeções dos Líderes do agro brasileiro

Os membros do GRI Club, destacam ações estratégicas para o Brasil se posicionar de forma competitiva no mercado global. Entre elas podemos citar:

  1. Investimentos em infraestrutura e logística: Modernizar a infraestrutura de transporte e armazenamento é essencial para reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade dos produtos brasileiros. “Não adianta termos a melhor produção agrícola do mundo se não conseguimos escoá-la de forma eficiente. Estradas precárias e portos congestionados comprometem nossa competitividade e limitam nosso alcance em mercados globais.
  2. Diversificação e ampliação do portfólio de exportações: Reduzir a dependência de poucos mercados, como China e Estados Unidos, é crucial para mitigar riscos comerciais e geopolíticos. “O Brasil tem que olhar para além de seus parceiros tradicionais. África, Oriente Médio e Sudeste Asiático são mercados com crescente demanda por alimentos e energia, e precisamos estar prontos para atendê-los.” Além disso, é importante fomentar exportações de produtos de maior valor agregado.
  3. Pragmatismo nas relações comerciais: Adotar uma abordagem pragmática nas negociações internacionais, buscando maximizar os interesses comerciais do país sem alinhar-se automaticamente a qualquer bloco geopolítico. “Precisamos parar de reagir às políticas dos outros e começar a agir com estratégia. É hora de o Brasil assumir uma postura de protagonismo, negociando com firmeza, mas com flexibilidade para aproveitar as oportunidades que surgirem, seja com os Estados Unidos, seja com a China ou a União Europeia.
  4. Sustentabilidade como pilar competitivo: Práticas agrícolas que promovam a redução do desmatamento e o uso eficiente de recursos naturais são diferenciais importantes para garantir a competitividade do agronegócio brasileiro.

Em resumo, o Brasil enfrenta um cenário complexo em 2025, com a reeleição de Donald Trump, mas possui oportunidades para fortalecer sua posição no mercado global através de investimentos estratégicos, diversificação de mercados e um compromisso com a sustentabilidade.

Sobre o GRI Club

Fundado em 1998, em Londres, o GRI Club atualmente reúne mais de 18.000 executivos seniores em 100 países, atuando nos mercados de Real Estate, Infraestrutura e Agronegócio. O modelo inovador de discussão do GRI Club permite que todos os executivos participem livremente, promovendo a troca de experiências e conhecimentos, networking e geração de negócios. Os membros do Club também têm acesso a uma plataforma exclusiva para visualizar mais informações sobre os executivos e suas respectivas empresas, organizar reuniões e ter acesso irrestrito a todo o nosso conteúdo.

Para ter acesso ao relatório completo e mais informações: https://www.instagram.com/griclub.agribusiness/

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