Já o feijão preto ganha força no mercado, veja mais informações a seguir
O mercado do feijão viveu uma semana marcada por movimentos distintos entre suas principais variedades. A 3ª semana de maio trouxe mudanças importantes no cenário, impulsionadas pelo avanço da colheita da segunda safra e pela dinâmica oscilante da demanda.
No caso do feijão carioca, a pressão baixista ganhou força em estados como Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul, onde a procura segue enfraquecida, levando os preços a recuarem de maneira mais consistente. Esse comportamento, no entanto, parece sinalizar uma possível estabilidade, já que as quedas vêm perdendo intensidade, indicando que os valores se aproximam de um patamar mínimo aceito pelos vendedores. Por outro lado, o feijão preto segue uma trajetória bem diferente.
A procura mais aquecida por este grão, aliada à postura estratégica dos produtores, que preferem segurar os estoques na expectativa de melhores cotações, tem sustentado os preços e garantido maior firmeza nas negociações.
No campo, o avanço da colheita também desenha um panorama que influencia diretamente a formação dos preços. A primeira safra de feijão já está praticamente concluída, com 97% da área colhida até o dia 17 de maio, segundo dados atualizados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a segunda safra, concentrada principalmente na região Sul do país, segue em ritmo mais moderado, atingindo cerca de metade da área prevista.
Contudo, as chuvas que atingiram os estados do Sul nos últimos dias interromperam temporariamente as atividades de colheita, o que adiciona uma dose de incerteza e tensão ao mercado, especialmente no que se refere ao equilíbrio entre oferta e demanda nas próximas semanas.
Enquanto isso, produtores de feijão preto, mais capitalizados e bem estruturados, adotam uma postura conservadora, optando por armazenar seus lotes na busca por uma valorização futura. Esse movimento, combinado à demanda consistente, acaba sendo determinante para sustentar os preços desse tipo de feijão, em contraste com a realidade enfrentada pelo feijão carioca.
O que esperar dos preços nos próximos meses?

Diante desse cenário, as perspectivas para o mercado do feijão seguem divididas. Para o feijão carioca, o desafio imediato é a retomada da demanda, que atualmente não tem sido suficiente para absorver a oferta gerada pelo avanço da colheita. Isso pressiona os preços, especialmente nas praças de Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul, onde o impacto foi mais acentuado nos últimos dias.
Entretanto, com a desaceleração das quedas e a possível retração dos vendedores, que podem optar por segurar os lotes à espera de melhores condições, não se descarta uma estabilização dos valores no curto prazo. No caso do feijão preto, o mercado permanece firme, sustentado tanto pela demanda robusta quanto pela estratégia de retenção de estoques adotada pelos produtores.
A interrupção das colheitas no Sul, causada pelas chuvas, adiciona ainda mais incerteza e pode, inclusive, gerar novos movimentos de valorização, caso a oferta fique temporariamente limitada. O produtor, portanto, deve acompanhar de perto os movimentos climáticos e a dinâmica da demanda, que serão peças-chave na definição dos preços nas próximas semanas.
AGRONEWS É INFORMAÇÃO PARA QUEM PRODUZ