Mercado segue pressionado pela demanda fraca e usinas cedem em negociações, veja mais informações a seguir
Apesar da oferta limitada típica do final da entressafra, os preços do açúcar cristal branco registraram queda na última semana no mercado spot de São Paulo. Entre os dias 10 e 14 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ apurou a média de R$ 140,58 por saca de 50 kg — recuo de 0,6% frente à semana anterior. A movimentação surpreende, considerando o cenário de baixa disponibilidade nas usinas, reflexo natural da entressafra que limita o volume do produto no mercado.
O principal fator que tem pressionado os valores para baixo é a demanda enfraquecida no spot paulista. Segundo agentes do setor, muitos compradores adotaram uma postura mais cautelosa, evitando fechar negócios enquanto os preços não se mostram realmente vantajosos. Com isso, o mercado perde força, e o poder de barganha das usinas é reduzido, levando algumas a reavaliar suas ofertas e até mesmo conceder descontos em certos lotes.
O movimento de queda tem se concentrado especialmente nos lotes de açúcar cristal com coloração de até 180 Icumsa — considerado o padrão de mercado e o mais comercializado entre os compradores. Esse tipo de açúcar, conhecido por sua qualidade superior e ampla utilização industrial e no varejo, vinha sendo o carro-chefe das negociações no estado. Porém, diante da resistência dos compradores e da necessidade de manter o fluxo de vendas, as usinas têm flexibilizado seus preços, cedendo para garantir a movimentação dos estoques.
Mesmo sendo um momento em que a oferta naturalmente se retrai, o setor sucroenergético enfrenta o desafio de equilibrar a baixa disponibilidade com o desaquecimento do consumo. Essa equação tem sido responsável por manter o mercado sob pressão, em um claro sinal de que o comportamento da demanda segue sendo determinante para a formação dos preços no curto prazo.

O cenário atual levanta questionamentos sobre os próximos passos do mercado do açúcar cristal. Com a safra 2024/25 se aproximando, a expectativa é de que o aumento gradual da oferta volte a influenciar diretamente os preços. No entanto, o ritmo dessa retomada e a resposta da demanda serão os pontos-chave para definir o comportamento das cotações nas próximas semanas.
Enquanto isso, o setor segue atento às movimentações tanto no mercado interno quanto externo, avaliando o câmbio, a competitividade das exportações e o desempenho do consumo interno. Para as usinas, o momento exige estratégia e cautela nas negociações, já que o apetite do comprador ainda se mostra bastante seletivo e sensível às variações de preço.
A oscilação recente reforça o quanto o mercado de açúcar é dinâmico e depende de uma série de fatores para se manter firme. Resta saber se a entrada da nova safra trará o fôlego necessário para estabilizar o cenário ou se o setor ainda terá pela frente mais semanas de ajustes e incertezas. Clique aqui e acompanhe o mercado financeiro diariamente.
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