Descoberta há cerca de 5 mil anos, essa oleaginosa saiu do Oriente para a Europa e só chegou ao Brasil no fim do século XIX. Hoje, é a planta mais cultivada no País segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
A existência do grão foi mencionada pela primeira vez em livros chineses, cerca de 3 mil anos A.C. As espécies primitivas da herbácea Glycine max eram rasteiras e viviam ao longo do Rio Azul (Yangtzé), o maior da Ásia. Eram consideradas sagradas, assim como o arroz, o trigo, a cevada e o milheto. Dois mil anos depois, duas variedades selvagens de soja foram domesticadas e melhoradas por cientistas, a partir de cruzamentos, e essa oleaginosa passou a servir como moeda de troca, alternativa ao abate de animais e fonte de proteína vegetal, leite, queijo, pão e óleo. Da China, as linhagens mais adequadas ao consumo humano se espalharam pela Coreia, pelo Japão e Sudeste Asiático.
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A soja chegou ao Ocidente, pela primeira vez, no fim do século XV, por meio de navegadores europeus que faziam comércio com o Oriente. Por mais de 200 anos, porém, o grão permaneceu apenas como uma curiosidade botânica e ornamental, presente em jardins ingleses, franceses e alemães. Foi só no século XVIII que começou a produção de ração animal e óleo, e a partir de 1950 o óleo e a proteína de soja passaram a despertar interesse industrial. Várias tentativas de cultivo em países muito frios, como Rússia, Inglaterra e Alemanha, porém, fracassaram. A oleaginosa desembarcou nos Estados Unidos no fim do século XIX e era destinada à alimentação animal.
As primeiras variedades de soja de que se tem notícia no Brasil vieram dos Estados Unidos com destino à Bahia, em 1882. A adaptação não foi boa, e uma nova tentativa ocorreu em Campinas (SP), uma década depois. Mas os grãos que melhor se desenvolveram no País foram trazidos por imigrantes japoneses, a partir de 1908. O primeiro cultivo oficial em solo brasileiro aconteceu, de fato, em 1914, na região de Santa Rosa (RS), e os plantios comerciais começaram dez anos depois. Em 1940, a soja chegou ao Paraguai e, na década seguinte, à Argentina e ao México.
O top 3 do ranking nacional em produção de soja é formado por Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. O primeiro é líder isolado, de acordo com dados da CONAB.
Paraná também se destaca na produtividade, com uma média de 62 sacas por hectare – índice que é, inclusive, 6,3% superior ao dos Estados Unidos. Outros Estados brasileiros expressivos na produção de soja são Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais. Além disso, segundo a CONAB, há um avanço acelerado no Pará e na região do Matopiba (que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com um potencial de expansão.
Todo produto que funciona como matéria-prima, é produzido em larga escala, pode ser estocado sem perder a qualidade e tem negociação em bolsa de valores (como a BM&FBOVESPA) é considerado uma commodity, ou seja, uma mercadoria. A soja se encaixa nesse perfil – assim como milho, algodão, café, açúcar, ouro, boi gordo, petróleo e suco de laranja (concentrado e congelado).
O preço da soja no mercado mundial, portanto, é consequência da oferta e da demanda, não sendo determinado pela empresa que a produz. Na época da entressafra, por exemplo, há aumento de preços, o que afeta o valor final do produto.
Da soja, vêm subprodutos como o óleo utilizado na formulação de margarinas, maioneses e molhos (de tomate e para salada). “O shoyu com que se tempera o sushi, aliás, nada mais é do que um fermentado de soja”, afirma o biólogo e doutor em genética de microrganismos Airton Vialta, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em Campinas (SP). Essa oleaginosa também está presente em derivados como leite, farelo (para ração animal), farinha (ingrediente de pães, biscoitos, macarrão e produtos infantis), lecitina (ajuda a misturar óleo e água em chocolates e no leite em pó) e isolados proteicos, usados em sopas, bebidas e subprodutos de carne.
No Brasil, porém, o consumo direto de soja na alimentação (como fonte de proteína) ainda é restrito: apenas 3,5% da produção, em média, simplesmente por não fazer parte dos hábitos da população, ao contrário do que ocorre em países orientais. Vale destacar, porém, que a adição de 20% de farinha de soja a pães, bolachas e massas chega a dobrar o conteúdo proteico desses alimentos.
A soja é fonte de vitaminas do complexo B, como tiamina (B1), riboflavina (B2) e niacina (B3); de vitaminas C, E e K, fibras, ferro, ácido fólico, ômega 3, cobre, fósforo, potássio, zinco, magnésio e triptofano (aminoácido que, assim como a niacina e o magnésio, atua como precursor da serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar). Também tem alto teor de gorduras boas (mono e poli-insaturadas), baixo teor de gordura ruim (saturada) e é livre de colesterol.
Além disso, contém isoflavona, um composto orgânico que atua na prevenção de cânceres de mama, colo do útero e próstata. Por ter uma estrutura química semelhante ao hormônio feminino estrógeno, a isoflavona é capaz, ainda, de aliviar os efeitos da tensão pré-menstrual (TPM) e da menopausa, e atua na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e osteoporose.
A soja pertence ao grupo das leguminosas, do qual também fazem parte o feijão, a ervilha, a lentilha e o grão-de-bico, todos excelentes fontes de proteína vegetal, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais. A vagem da soja verde lembra, inclusive, a da ervilha torta. Suas sementes são lisas, ovais (ou em forma de elipse) e de cor amarelada, preta ou verde.
O cultivo leva entre dois e quatro meses, e a planta pode chegar a 1,5 metro de altura. As flores da soja são bem pequenas (até 8 mm de diâmetro), ficam localizadas na base dos ramos e têm coloração branca, púrpura ou roxa.
Por Luna D’Alama – Boas práticas agronômicas
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